sábado, 22 de setembro de 2012

Pablo Neruda-

” Me falta tempo para celebrar teus cabelos.

Um por um devo contá-los e elogiá-los:

outros amantes querem viver com certos olhos,

eu só quero ser teu cabeleireiro.

Na Itália te batizaram de Medusa

pela arrepiada e alta luz de tua cabeleireira.

Eu te chamo de minha travessa emaranhada:

meu coração conhece as portas de teu pelo.

Quanto de extravias em teus próprios cabelos,

não me olvide, lembra que te amo,

não me deixe perdido partir sem tua cabeleireira

pelo mundo sombrio de todos os caminhos

que só tem sombra, de dores transitórias,

até que o sol suba a torre de teus pelos”

 

-Pablo Neruda-

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