sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tomas Tranströmer

 

In this undated photo provided by Bloodaxe Books on Thursday, Oct. 6, 2011, Swedish poet Tomas Transtromer poses for a photograph at an unknown location. The 2011 Nobel Prize in literature was awarded Thursday, Oct. 6, 2011 to Tomas Transtromer, a Swedish poet whose surrealistic works about the mysteries of the human mind won him acclaim as one of the most important Scandinavian writers since World War II. (AP Photo/Paula Transtromer, Bloodaxe Books) EDITORIAL USE ONLY

 

 

Os fios elétricos

estendidos por onde o frio reina

Ao norte de toda música.

O sol branco

treina correndo solitário para

a montanha azul da morte.

Temos que viver

com a relva pequena

e o riso dos porões

Agora o sol se deita.

sombras se levantam gigantescas.

Logo logo tudo é sombra.

As orquídeas.

Petroleiros passam deslizando.

É lua cheia.

Fortalezas medievais,

cidades desconhecidas, esfinges frias,

arenas vazias.

As folhas cochicham:

Um javali está tocando órgão.

E os sinos batem.

E a noite se desloca

de leste para oeste

na velocidade da lua.

Duas libélulas

agarradas uma na outra

passam e se vão

Presença de Deus.

No túnel do canto do pássaro

uma porta fechada se abre.

Carvalhos e a lua.

Luz e imagem de estrelas salientes.

O mar gelado.

Tomas Tranströmer

http://www.newyorker.com/online/blogs/books/2011/10/tomas-transtromer-nobel-prize.html

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