TEMATICA VARIADA, COM MAIOR INCIDÊNCIA NA MUSICA GENERALISTA, E NA FOTOGRAFIA, OBVIAMENTE COMO PILAR DE ESTAS DUAS FORMAS DE ARTE, ESTARÁ A POESIA
sábado, 3 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Gerry Mulligan
Em 1949 Miles Davis assinou um contrato com a Capitol Records para gravar 12 temas destinados a ser editados em discos de vinil de 78 rpm. Na altura Miles tinha constituído um grupo mais extenso de que os habituais trios ou quartetos de jazz, composto por nove elementos, e procurava uma sonoridade mais elaborada e soft em alternativa aos temas rápidos que faziam a moda do bebop então em vigor. Apenas oito anos mais tarde, em 1957, os 12 temas foram reunidos num único e mítico álbum que recebeu o nome de Birth of the cool. A influência exercida por este álbum foi enorme. Como se não bastasse revelou ainda um músico espantoso e verdadeira alma do disco: Gerry Mulligan.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Miles Davis
16 de Março de 1991, 22 horas, Coliseu do Porto. A sala estava cheia. Eu tinha comprado um lugar na plateia, mesmo junto ao palco - foi o bilhete mais caro que alguma vez comprei mas tinha que o ver de perto. Miles Davis nessa altura já quase não conseguia falar e não disse uma palavra durante o concerto. Apresentava os seus músicos através de cartazes com os seus nomes. Lembro-me de Darryl Jones no baixo e de Kenny Garret no saxofone. Ocasionalmente Miles dedilhava um sintetizador mas tocava trompete como sempre tocou: com um timbre liso, incomparável! Quando começou a tocar os mais velhos avisaram-no: "toca liso; quando fores velho o vibrato virá por si".
Ali, três ou quatro metros à minha frente estava o homem que fez Birth of the Cool, Sketches of Spain ou Kind of Blue; o homem que tocou com Charlie Parker, Dizzie Gillespie, Thelonius Monk, John Coltrane; que foi mentor e promotor de quase todos os grandes nomes do Jazz, muitos ainda vivos; que "inventou" o cool jazz, que fez a fusão, que tocou música pop como fizeram os primeiros jazzmen... A presença de Miles impunha respeito. Tudo o que até ali tinha ouvido dele não chegava aos calcanhares do som ao vivo que então ouvia.
A sensação ainda hoje me é difícil de descrever. O som era pura magia - swing autêntico. Tocou temas actuais e fez algumas incursões pelo passado. Virava as costas ao público para tocar. Durante a primeira meia hora do espectáculo o tempo pareceu parar. Ainda não o sabia na altura mas aquele foi o último espectáculo de Miles. Viria a falecer cerca de seis meses depois, no dia 28 de Setembro desse mesmo ano. Ficou o som do seu trompete...