sábado, 28 de maio de 2011

 

Nada me prende a nada.
Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.
Álvaro de Campos
Lisbon revisited (1926)

"...Que sonhos? ... Eu não sei se sonhei ... Que naus partiram, para onde?
Tive essa impressão sem nexo porque no quadro fronteira
Naus partem — naus não, barcos, mas as naus estão em mim,
E é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta,
Porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta,
E nada que se pareça com isto devia ser o sentido da vida...
(Álvaro de campos)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Procastinação

PROCRASTINAÇÃO

 

Adiar compromissos traz alívio apenas temporário.

O hábito de adiar tarefas- é mundial, tanto que é objeto de estudo de um grupo de pesquisa da Universidade Carleton (Canadá) e tema de vários livros nos Estados Unidos. Afinal, de acordo com os especialistas, todas as pessoas, sem exceção, procrastinam. O que varia é a freqüência com que fazem isso.

Deixar para depois não é sinal de que a preguiça ou a irresponsabilidade imperam. “Aquele que procrastina prioriza coisas menos importantes em vez de direcionar suas ações para aquilo que seria mais necessário realizar. Ele coloca diversas tarefas menores na frente”.

Mais do que uma questão de não administrar bem o tempo, o ato de procrastinar faz a pessoa viver a ilusão de que, adiando, tudo será solucionado como num passe de mágica.

O adiamento pode proporcionar um alívio temporário, uma sensação de tranqüilidade, porque a pessoa crê que tudo vai dar certo no final.

A pessoa que procrastina não se relaciona bem com o real. “A realidade assusta. Com medo, a pessoa vira uma espécie de avestruz: enfia a cabeça na terra com a esperança de aquela realidade mude”.

Mas não só a realidade que desagrada (como, por exemplo, ter de dizer a um amigo, que não será possível pagar uma dívida no prazo combinado) faz com que as pessoas adiem seus compromissos. “Quem procrastina não toma essa atitude somente em relação às situações que causam desconforto, mas também diante daquilo que lhe dá prazer”.Como exemplo uma aluna que adora escrever cartas, mas, na hora de leva-las ao correio, sempre demora alguns dias. Ela diz que não se sente inspirada. Mas desde quando é preciso inspiração para ir ao correio?

A consciência da própria mortalidade é que faz as pessoas postergarem alguma atividade, seja ela interessante ou desagradável. Se elas têm a chance de adiar alguma escolha, fazem-no porque têm a sensação de estar garantindo o dia de amanhã. É uma forma de se iludir, de tentar se tornar imortal.

Talvez por isso as pessoas idosas sejam menos afeitas ao adiamento. A experiência de ter passado por vários momentos de perda faz com que os idosos tenham mais clareza para identificar o que é prioritário ou não. E os mais saudáveis podem olhar para trás e dizer: “Muitas coisas que eu quis eu realizei, não preciso ter essa ansiedade de garantir que amanhã serei útil”.

Fase crítica – O início da vida adulta, dizem os especialistas, é o período mais crítico quando se fala em procrastinação. Na adolescência, o adiamento é conseqüência principalmente do medo de fazer alguma coisa e ser criticado. Por volta dos 24, 25 anos, a pessoa começa a ser obrigada a assumir responsabilidades que, antes, quando contava mais com o auxílio direto dos pais, podia delegar com certa facilidade.

“A pessoa sofre o impacto das muitas coisas que tem de realizar e, como ainda não tem o know-how para conciliar tudo, pode adiar decisões importantes”.

O problema é que, nesse período, se a pessoa não parar para refletir sobre os motivos do adiamento, pode fazer com que esse comportamento torne-se padrão em sua vida.

Muitas crianças acabam se tornando procrastinadoras por causa dos pais. “Se o pai diz que o filho só pode sair para brincar se arrumar o quarto antes, mas não explica a importância de priorizar as coisas, a criança vai ficar ansiosa para sair e pode não se concentrar na arrumação”.

Independentemente da fase em que a procrastinação ocorre, as conseqüências que esse hábito traz podem ir além do nível prático (como chegar atrasado a uma festa porque a compra do presente ficou para o último minuto), tendo reflexos na saúde da pessoa. A procrastinação é um problema sério, que pode causar transtornos psicológicos e atingir o nível físico.

Além de ser obrigada a arcar com as conseqüências de compromissos perdidos ou de tarefas malfeitas, a pessoa que deixa tudo para depois pode ter problemas físicos e mentais.

O sentimento de culpa é um dos que mais atingem essas pessoas. E o pior é que elas sentem culpa não pelo que fizeram, mas pelo que deixaram de fazer. Isso acaba gerando muito desgaste. Às vezes o indivíduo apresenta um quadro sério de stress, sente-se ansioso, o que pode gerar dores de cabeça, aumento na pressão arterial e problemas de estômago.

As pessoas que procrastinam sofrem com mudanças no seu comportamento psíquico, mas, muitas vezes, não percebem essas alterações, como conseqüência, a saúde física acaba sendo abalada.

Cerca de 20% da população norte-americana sofre do que se chama procrastinação crônica, que acontece quando a rotina da pessoa passa a ser bastante prejudicada pelo seu comportamento de adiar.

Conseqüências

Como acaba dependendo demais dos outros, pode estabelecer uma relação desgastante com familiares e amigos. Pode desenvolver um sentimento autodestrutivo, acreditando que tudo o que faz é ruim ou tem pouca importância. Sofre com a perda da autoconfiança, o que faz com que as ações posteriores àquelas que adiou tornem-se ainda mais difíceis de serem realizadas.

Tende a ficar ansioso quando percebe que não vai conseguir realizar aquilo a que se propôs. Quando se conscientiza de que adiou demais, pode apresentar um comportamento depressivo.

Atitudes para evitar adiamentos

Identifique motivos – Exercite o autoconhecimento e tente perceber as atitudes que você costuma adotar quando adia alguma tarefa. Pergunte-se sempre: “Porque é importante fazer isso agora? Porque deixar de fazer aquilo? Porque estou evitando resolver esse problema?”. Encare a realidade – Enfrente as situações do dia-a-dia como elas de fato se apresentam. Não tente criar a ilusão de que são mais fáceis ou menos importantes.

Calcule o Tempo – Tente não superestimar ou subestimar o tempo necessário para a realização das tarefas. Procure organizar sua agenda de modo que tenha tempo suficiente para fazer aquilo de que precisa.

Analise o ambiente – Verifique se você não está adiando as tarefas por causa das condições do ambiente em que está. Em um escritório, por exemplo, a luminosidade inadequada e o nível de ruído podem contribuir para a perda de concentração e, conseqüentemente, para a procrastinação. Isso vale também para as atividades que você tem de fazer em casa.

Permita-se errar;

Aja no lugar de pensar;

Aperfeiçoe-se;

Ajuste a agenda – Procure saber em que período do dia você é mais produtivo, aquele em que está menos cansado e mais disposto a realizar suas atividades.

Aguas de Março

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Alfonsina Storni

AlfosinaStorni.jpg
Alfonsina Storni.

Nacimiento

29 de mayo de 1892

Flag of Switzerland.svg Sala Capriasca, Suiza

Defunción

25 de octubre de 1938 (46 años)

Bandera de Argentina Mar del Plata, Buenos Aires, Argentina

Nacionalidad

Bandera de Argentina Argentina

Período

Siglo XX

Género

Poetisa, escritora

Movimientos

Posmodernismo

Firma
Firma Alfonsina Storni.jpg

Alfonsina Storni Martignoni (Sala Capriasca, Suiza, 22 o 29 de mayo de 1892[1] [2] [3] [4]Mar del Plata, Argentina, 25 de octubre de 1938) fue una poetisa y escritora argentina del modernismo.[5]

Sus padres, dueños de una cervecería en San Juan, regresaron a Suiza en 1891. Y en 1896 volvieron a Argentina junto con Alfonsina, quien había nacido durante la estadía de la pareja en el país europeo. En San Juan concurrió al jardín de infantes y desarrolló la primera parte de su infancia. A principios del siglo XX la familia se mudó a Rosario, donde su madre fundó una escuela domiciliaria y su padre instaló un café cerca de la estación de ferrocarril Rosario Central. Alfonsina se desempeñó como mesera en el negocio familiar, pero dado que este trabajo no le gustaba se independizó y consiguió empleo como actriz. Más tarde recorrería varias provincias en una gira teatral.[6]

Storni ejerció como maestra en diferentes establecimientos educativos y escribió sus poesías y algunas obras de teatro durante este período. Su prosa es feminista, ya que busca en ella la igualdad entre el hombre y la mujer, y según la crítica, posee una originalidad que cambió el sentido de las letras de Latinoamérica. Otros dividen su obra en dos partes: una de corte romántico, que trata el tema desde el punto de vista erótico y sensual y muestra resentimiento hacia la figura del hombre, y una segunda etapa en la que deja de lado el erotismo y muestra el tema desde un punto de vista más abstracto y reflexivo. La crítica literaria, por su parte, clasifica en tardorrománticos a los textos editados entre los años 1916 y 1925 y a partir de Ocre encuentra rasgos de vanguardismo y recursos como el antisoneto. Sus composiciones reflejan, además, la enfermedad que padeció durante gran parte de su vida y muestran la espera del punto final de su vida, expresándolo mediante el dolor, el miedo y otros sentimientos.[7]

Fue diagnosticada con cáncer de mama, del cual fue operada. A pedido de un medio periodístico se realizó un estudio de quirología, cuyo diagnóstico no fue acertado. Esto la deprimió, provocándole un cambio radical en su carácter y llevándola a descartar los tratamientos médicos para combatirla.[8]

Se suicidó en Mar del Plata arrojándose de la escollera del Club Argentino de Mujeres. Hay versiones románticas que dicen que se internó lentamente en el mar. Su cuerpo fue velado inicialmente en esa ciudad balnearia y finalmente en Buenos Aires. Actualmente sus restos se encuentran enterrados en el Cementerio de la Chacarita.[9]

Nova-iorquino vive numa casa diferente todas as semanas

 

Ed mudou-se para Nova Iorque para viver com a sua namorada

Há meses, Ed Casabian conheceu num bar uma rapariga estimulante. Ela deve ter achado o mesmo sobre ele, e ficou curiosa. A certa altura da conversa, perguntou-lhe onde vivia. Quando Ed referiu Central Park South - uma das zonas mais caras de Nova Iorque, junto ao Central Park - o interesse dela cresceu. Ficaram de marcar um encontro para uma semana depois. Mas quando nessa altura foi de novo referida a questão da morada, Ed admitiu que passara a residir em Queens, um 'borough' além-rio cujo habitante típico é de classe modesta. O encontro nunca chegou a acontecer.
Azares de quem muda de uma zona chique para outra menos prestigiada. No caso de Ed, as mudanças nesse sentido ou no inverso acontecem semanalmente. Todos os domingos ele pega na mochila e no saco de roupa (onde guarda um fato, mudas para duas semanas, e uma cama insuflável). Após despedir-se dos anfitriões que nos últimos dias o acolheram, atravessa a cidade em direção a outros. Quase sempre é gente desconhecida. A estadia foi marcada antecipadamente a partir do seu blogue NYC Nomad , (o nómada de Nova Iorque), onde a espera já vai longa. Os termos são sempre os mesmos. Ed não paga renda, mas cozinha e faz outras tarefas em casa. Além disso, convida os anfitriões para jantares e saídas à sua conta.
É um esquema original, que se julgaria impossível numa grande cidade, para mais uma geralmente tida por agressiva. Mas o sucesso de Ed mostra quão falsa é uma tal imagem de Nova Iorque. Desde que ele começou o seu périplo, nunca lhe faltou sítio onde ficar, e a diversidade impressiona. Conforme explica, tanto tem ficado em apartamentos de luxo como num de um quarto onde viviam duas raparigas (uma delas com o namorado) e dois cães. O seu objetivo declarado de conhecer gente de "idades, raças, religiões, orientações sexuais e situações económicas" o mais variadas possível está a caminho de ser atingido.

Uma deceção amorosa. Repensar a vida


Ed tem 29 anos e é analista financeiro. Oriundo do Massachassetts, mudou-se para Nova Iorque a fim de viver com a sua namorada de há muito tempo. Mas a relação não resistiu. Quando Ed deixou o condomínio que partilhavam, estava em mau estado e perguntou-se o que é que tinha feito mais feliz. Resposta: viajar e conhecer gente nova. Como não era exequível passar a vida em viagem, resolveu tentar uma experiência equivalente na cidade onde vive e trabalha.  
Inicialmente a ideia era ficar dois meses nesse regime. Vendo a recetividade que tinha, resolveu passar o Verão. Do Verão passou para um ano inteiro. Neste momento já viveu em trinta bairros e tem 'encomendas' para inúmeros outros. Os lugares que deverá habitar nas próximas semanas incluem um barco e a casa de uma família colombiana.
Nunca teve uma má experiência, garante. "Difícil, aterrorizadora, interessante, excitante" são as palavras que usa para descrever os seus próprios sentimentos em relação à ideia que teve e que tão bem sucedida está a ser. Pela sua parte, os anfitriões dizem-se encantados com a sua etiqueta de hóspede e notam que é preciso uma pessoa especial para se lançar numa experiência assim.
De vez em quando, sobretudo quando regressa de um fim-de-semana fora em trabalho, apetecia-lhe um espaço seu onde tenha as coisas que lhe pertencem. Chega mesmo a sentir a nostalgia do seu velho apartamento. Mas diz que os prazeres e gratificações do seu atual modo de vida logo afastam esses pensamentos. Em todo o caso, com a fama que ele já ganhou, a sua vida não deverá ser a que dantes era quando o seu ano de nómada chegar ao fim.      

Afro American Music

 

 

terça-feira, 24 de maio de 2011

A Hora certa por Helena Frontini



A hora certa...

É noite, outra noite insone a me envolver
Pergunto à minh'alma solenemente atenta
Qual a hora certa em que virá o esquecimento.
Será que vem num ímpeto esvaziando o peito
como um balão estourado por mão caridosa
Ou vem devagar como um rio que mansamente
Corre entre as pedras miúdas do meu tempo?
A noite segue seu itinerário sem perceber
Que em mim tudo está singularmente diferente.
Exaurido do sonho diário que não mais aflora.
Só eu sinto a dor que se avoluma e se enrosca
E pousa a cabeça em teu travesseiro.
Qual a hora certa em que virá o esquecimento?
Não sei e não há quem possa me dizer.

-Helena Frontini-

Wikipédia quer ser Património da Humanidade


Jimmy Wales foi um dos co-fundadores, em 2001, da enciclopédia online Wikipedia

Jimmy Wales foi um dos co-fundadores, em 2001, da enciclopédia online Wikipedia

AFP/Getty Images

Será possível considerar um site, ainda que seja um dos dez maiores da Internet, como Património da Humanidade? Jimmy Wales, fundador Wikipédia acredita que sim, e vai promover a candidatura da maior enciclopédia online do mundo junto da Unesco .

Caso venha a ser aceite será o primeiro site - uma realidade do mundo digital - a figurar na lista onde constam monumentos como a Grande Muralha da China ou a Estátua da Liberdade .

Em declarações ao "El País " o diretor da Wikipédia em Espanha, Jorge Sierra, diz que "será um processo demorado, porque antes de conseguir apresentar a candidatura, será preciso estender o conceito de Património da Humanidade. A Unesco terá de estar recetiva a reconhecer um espaço digital."

Atualmente, apenas poderão ser distinguidos como Património da Humanidade espaços físicos, naturais ou culturais, lembra ainda ao "El País" Lucía Iglésias da Unesco.

"Para já, não se considera que um bem intangível possa formar parte do património mundial", explicou, acrescentando; "Para este tipo de iniciativas existem outras categorias, como o Património Imaterial da Humanidade que protege, precisamente, as criações que não são, nem montanhas, nem edifícios, nem monumentos, nem florestas".

Não vai ser fácil

Ainda de acordo com a convenção para a Proteção do Património Natural e Cultural, de 1972 , só serão aceites candidaturas por estados-membros da Unesco. Ou seja, para que a Unesco aceite analisar uma eventual candidatura da Wikipédia, esta terá sempre de ser apresentada por um ou vários países membros Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

"Terão de ser as autoridades do país onde o bem se encontra localizado a tomar a iniciativa. Tratando-se de um espaço partilhado por vários Estados, estes deverão apresentar uma candidatura conjunta. Os governos costumam analisá-las ao pormenor, mas ainda assim, em muitos casos, é possível que as petições populares sejam escutadas", lembra Lucía Iglésias ao "El País".

Conscientes das dificuldades, Jimmy Wales , decidiu pedir ajuda à opinião pública, lançando hoje mesmo uma campanha mundial, sendo já possível assinar uma petição online .

Até fevereiro de 2012, data limite para a submissão de novas candidaturas, Wales deverá ainda convencer o governo alemão, onde existe uma das comunidades mais ativas desta enciclopédia editada pelos internautas, a avançar com o processo.

 

Bob Dylan Faz Hoje 70 anos

Bob Dylan faz hoje 70 anos [vídeos + fotogaleria] -

Bob Dylan faz hoje 70 anos

A 24 de maio de 1941 nascia em Duluth, Minnesota, Robert Allen Zimmerman. O mundo viria a conhecê-lo como Bob Dylan, um dos maiores vultos da cultura contemporânea.

É impossível definir apenas um Bob Dylan. Houve vários: o herdeiro da folk e do delta blues, o cantor de protesto, o "judas" elétrico, o cristão-novo... Dylan foi romântico, vingativo, comunitário, individualista, introduziu os Beatles à "fumaça", esteve num super-grupo (os Traveling Wilburys) e cantou em "We Are The World", vive em digressão permanente há quase um quarto de século, lança originais em bom ritmo (dois discos em 2009) e reabilita o passado a ritmo ainda maior (as Bootleg Series ). Tem 70 anos. Parabéns!
Veja aqui imagens de um percurso de mais de 50 anos de carreira:

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