'Se as minhas mãos pudessem desfolhar'
Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!
Federico Garcia Lorca
TEMATICA VARIADA, COM MAIOR INCIDÊNCIA NA MUSICA GENERALISTA, E NA FOTOGRAFIA, OBVIAMENTE COMO PILAR DE ESTAS DUAS FORMAS DE ARTE, ESTARÁ A POESIA
sábado, 28 de novembro de 2009
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
(Fernando Pessoa)
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
(Fernando Pessoa)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
"MAGIA DAS CORES"
De quando em quando um sopro divino,
Céu em cima, céu no fundo,
Mil canções canta a luz,
No multicolor Deus se fez mundo.
Branco para o preto, quente para o frio
Sentem-se sempre atraídos.
Do eterno turbilhar desse caótico rio
Filtra-se novo o arco-íris.
Pela nossa alma assim se transforma mil vezes em
tortura e encontro
A luz de Deus criada, forma
E como sol a enaltecemos.
-HERMANN HESSE-
De quando em quando um sopro divino,
Céu em cima, céu no fundo,
Mil canções canta a luz,
No multicolor Deus se fez mundo.
Branco para o preto, quente para o frio
Sentem-se sempre atraídos.
Do eterno turbilhar desse caótico rio
Filtra-se novo o arco-íris.
Pela nossa alma assim se transforma mil vezes em
tortura e encontro
A luz de Deus criada, forma
E como sol a enaltecemos.
-HERMANN HESSE-
Há sempre uma luz procurando a escuridão
onde partes de nós se misturam
e muito pouco ainda conhecemos...
Temos nosso próprio silêncio
onde nenhuma palavra se define
e cada sentimento procura seu portal...
Pouco sei dos meus segredos
e dos becos escuros e frios
onde a luz adormece em minha alma...
Nesta névoa que em mim reside
lapido meus sonhos de liberdade
onde você renasce e és minha claridade.
Edgar Radins
onde partes de nós se misturam
e muito pouco ainda conhecemos...
Temos nosso próprio silêncio
onde nenhuma palavra se define
e cada sentimento procura seu portal...
Pouco sei dos meus segredos
e dos becos escuros e frios
onde a luz adormece em minha alma...
Nesta névoa que em mim reside
lapido meus sonhos de liberdade
onde você renasce e és minha claridade.
Edgar Radins
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
"CASINHA PEQUENINA"
Já que decidi viver apenas de sonhos
resolvi me despir dos pudores
Deixar pra tras temores bisonhos
e viver num jardim repleto de flores.
Deixar pra tras minhas poucas verdades
esquecer de tudo que me faz mal
Não me importar com rancores e saudades
E viver sempre de bom astral
Minha casa terá janelas sempre abertas
Terá também muita cor e alegria
No jardim plantarei muitas rosas amarelas
e portas escancaradas pela luz do dia.
No quintal um velho carvalho
Muitas rosas e borboletas no jardim
Lá longe um pôr de sol dourado
Paredes com poemas pintados em nankim.
E nesse mundo mágico juro que vou viver
tirar meus pés do chão...voar na imaginação
As barreiras do impossível quero vencer
E morar numa casinha do tamanho de um botão.
Serena.
Já que decidi viver apenas de sonhos
resolvi me despir dos pudores
Deixar pra tras temores bisonhos
e viver num jardim repleto de flores.
Deixar pra tras minhas poucas verdades
esquecer de tudo que me faz mal
Não me importar com rancores e saudades
E viver sempre de bom astral
Minha casa terá janelas sempre abertas
Terá também muita cor e alegria
No jardim plantarei muitas rosas amarelas
e portas escancaradas pela luz do dia.
No quintal um velho carvalho
Muitas rosas e borboletas no jardim
Lá longe um pôr de sol dourado
Paredes com poemas pintados em nankim.
E nesse mundo mágico juro que vou viver
tirar meus pés do chão...voar na imaginação
As barreiras do impossível quero vencer
E morar numa casinha do tamanho de um botão.
Serena.
Sobre as memórias
"Alma" é o nome do lugar onde se encontram esses pedaços
perdidos de nós mesmos. São partes do nosso corpo, como
as pernas, os braços, o coração. Circulam em nosso sangue,
estão misturadas com os nossos músculos.Quando elas
aparecem o corpo se comove, ri, chora...
Para que servem elas? Para nada. Não são ferramentas.
Não podem ser usadas. São inúteis. Elas aparecem por causa
da saudade. A alma é movida à saudade. A alma não tem o
menor interesse no futuro. A saudade é uma coisa que fica
andando pelo tempo passado à procura de pedaços de nós
mesmos que se perdem"
Rubem Alves
"Alma" é o nome do lugar onde se encontram esses pedaços
perdidos de nós mesmos. São partes do nosso corpo, como
as pernas, os braços, o coração. Circulam em nosso sangue,
estão misturadas com os nossos músculos.Quando elas
aparecem o corpo se comove, ri, chora...
Para que servem elas? Para nada. Não são ferramentas.
Não podem ser usadas. São inúteis. Elas aparecem por causa
da saudade. A alma é movida à saudade. A alma não tem o
menor interesse no futuro. A saudade é uma coisa que fica
andando pelo tempo passado à procura de pedaços de nós
mesmos que se perdem"
Rubem Alves
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
OS MESTRES
Entendi que se conhece um ser humano pela doçura da voz,
Pelos pequenos gestos na simplicidade de ser.
O poder nas mãos de um sábio o torna um aprendiz,
O poder faz despertar fantasmas que estão
Escondidos debaixo do manto da humildade.
Aprendi que um mestre pode ser o mais intrigante ser,
Pode ele estar vestido de mendigo, ou usando uma mascara.
E ser um professor que ensina algo distante da sua realidade.
Porque o mestre não precisa de reconhecimento
Ele prefere o silêncio da sua passagem...
A muitos mestres entre nós...
A palavra colhida na hora certa
A atitude definida no momento certo
Ser um sonhador te faz aluno de uma longa estrada nu...
Adriana Leal
Entendi que se conhece um ser humano pela doçura da voz,
Pelos pequenos gestos na simplicidade de ser.
O poder nas mãos de um sábio o torna um aprendiz,
O poder faz despertar fantasmas que estão
Escondidos debaixo do manto da humildade.
Aprendi que um mestre pode ser o mais intrigante ser,
Pode ele estar vestido de mendigo, ou usando uma mascara.
E ser um professor que ensina algo distante da sua realidade.
Porque o mestre não precisa de reconhecimento
Ele prefere o silêncio da sua passagem...
A muitos mestres entre nós...
A palavra colhida na hora certa
A atitude definida no momento certo
Ser um sonhador te faz aluno de uma longa estrada nu...
Adriana Leal
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Segue o Teu Destino
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis
.............................................................
O tempo o homem
A Roberto La Rocque Soares
O tempo faz o homem que faz o tempo
Faz tempo
O homem que constrói o tempo
Que destrói o homem
Só a Era faz-se
Heras destruindo o tempo o homem
a casa
velhas paredes
azulejos
limo
A Ampulheta: o testemunho, a arte
Os ciclos, os séculos
A hera decora o muro
O tempo decora o homem
que colora o tempo
descolora
Só o artista faz a Hora
Max Martins
........................................................
Ninguém envelhece apenas por viver um certo número de anos.
As pessoas envelhecem por abandonarem os seus ideais.
Os anos fazem rugas na pele.
Desistir do entusiasmo, porém, faz rugas na alma.
(Rhada Soami)
..........................................................
NO BAILE
A meia luz me envolvi
Em teus braços me perdi
Ao som de uma canção
Dançavamos com emoção.
Cada passo se fazia
lado a lado e devagar
Nosso corpo se movia
Como êxtase no ar.
Rodavamos pelo salão
Num ritmo lento e compassado
Era um mundo só nosso
De sonhos encantados.
A cada movimento
Meu coração pulsava
Colava meu rosto ao teu
Nosso corpo se encaixava.
E ao som de uma canção
Mais e mais nos envolviamos
Sem querer parar depois
Ao final da melodia.
Ansiosos esperavamos
Iniciar a seleção
Para viver novamente
o momento incandescente.
Passei a noite toda
Rodeada por teus braços
Sem pensar que em instantes
O final era chegado.
Mas o nosso desfecho
Foi o tão esperado
Os teus lábios se colaram
aos meus encalorados.
Amarilis Pazini Aires
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis
.............................................................
O tempo o homem
A Roberto La Rocque Soares
O tempo faz o homem que faz o tempo
Faz tempo
O homem que constrói o tempo
Que destrói o homem
Só a Era faz-se
Heras destruindo o tempo o homem
a casa
velhas paredes
azulejos
limo
A Ampulheta: o testemunho, a arte
Os ciclos, os séculos
A hera decora o muro
O tempo decora o homem
que colora o tempo
descolora
Só o artista faz a Hora
Max Martins
........................................................
Ninguém envelhece apenas por viver um certo número de anos.
As pessoas envelhecem por abandonarem os seus ideais.
Os anos fazem rugas na pele.
Desistir do entusiasmo, porém, faz rugas na alma.
(Rhada Soami)
..........................................................
NO BAILE
A meia luz me envolvi
Em teus braços me perdi
Ao som de uma canção
Dançavamos com emoção.
Cada passo se fazia
lado a lado e devagar
Nosso corpo se movia
Como êxtase no ar.
Rodavamos pelo salão
Num ritmo lento e compassado
Era um mundo só nosso
De sonhos encantados.
A cada movimento
Meu coração pulsava
Colava meu rosto ao teu
Nosso corpo se encaixava.
E ao som de uma canção
Mais e mais nos envolviamos
Sem querer parar depois
Ao final da melodia.
Ansiosos esperavamos
Iniciar a seleção
Para viver novamente
o momento incandescente.
Passei a noite toda
Rodeada por teus braços
Sem pensar que em instantes
O final era chegado.
Mas o nosso desfecho
Foi o tão esperado
Os teus lábios se colaram
aos meus encalorados.
Amarilis Pazini Aires
Este é justamente o foco da exposição, "Alma Gráfica: Brennand Desenhos", abrigada na Galeria Paulista da Caixa Cultural que tem como destaque um conjunto de 59 desenhos do artista pernambucano
Direcionada essencialmente para o trabalho gráfico do escultor, essa exposição tem como objetivo justamente tornar mais conhecido este outro lado de sua obra, e que segundo ele, é justamente o aspecto central de seu trabalho: “Eu sou antes de tudo um desenhista”, afirma ele. Na exposição é possível também conferir algumas esculturas do artista pernambucano.
Os desenhos de Brennand, assim como suas esculturas, exploram o universo feminino, carregado sempre de uma forte sexualidade, mais à maneira do primitivismo áfrica do que da sensualidade das esculturas européias clássicas. Mas um aspecto que fica mais claro analisando seus desenhos, é o caráter freqüentemente mórbido, através dos traços expressionistas de Brennand. "Minha preocupação é a reprodução: a vida é eterna porque reproduz, e não pode haver reprodução sem sexualidade", afirma Brennand, "aqui existe uma sexualidade sem pudores, que tem ao mesmo tempo algo de primitivo e ao mesmo tempo cruel e inevitável".
Os 59 desenhos que compõe a mostra, são um seleção feita a partir de um conjunto de 800 desenhos do artista. Além destas obras, a mostra também exibe imagens da oficina de Brennand, em Recife. Atualmente com 80 anos, Brennand dedicou quase metade de sua vida na construção do imenso estúdio de trabalho, trabalho que iniciou-se em 1971. Atualmente a oficina é o principal local de trabalho dele, e assemelha-se já a um grande museu, com suas esculturas ornando todo os arredores da construção e jardins. A oficina surgiu das ruínas da velha orlaria que pertencia a seu pai., e hoje, aberta permanentemente para visitantes, recebe cerca de 4 mil visitas mensais.
Direcionada essencialmente para o trabalho gráfico do escultor, essa exposição tem como objetivo justamente tornar mais conhecido este outro lado de sua obra, e que segundo ele, é justamente o aspecto central de seu trabalho: “Eu sou antes de tudo um desenhista”, afirma ele. Na exposição é possível também conferir algumas esculturas do artista pernambucano.
Os desenhos de Brennand, assim como suas esculturas, exploram o universo feminino, carregado sempre de uma forte sexualidade, mais à maneira do primitivismo áfrica do que da sensualidade das esculturas européias clássicas. Mas um aspecto que fica mais claro analisando seus desenhos, é o caráter freqüentemente mórbido, através dos traços expressionistas de Brennand. "Minha preocupação é a reprodução: a vida é eterna porque reproduz, e não pode haver reprodução sem sexualidade", afirma Brennand, "aqui existe uma sexualidade sem pudores, que tem ao mesmo tempo algo de primitivo e ao mesmo tempo cruel e inevitável".
Os 59 desenhos que compõe a mostra, são um seleção feita a partir de um conjunto de 800 desenhos do artista. Além destas obras, a mostra também exibe imagens da oficina de Brennand, em Recife. Atualmente com 80 anos, Brennand dedicou quase metade de sua vida na construção do imenso estúdio de trabalho, trabalho que iniciou-se em 1971. Atualmente a oficina é o principal local de trabalho dele, e assemelha-se já a um grande museu, com suas esculturas ornando todo os arredores da construção e jardins. A oficina surgiu das ruínas da velha orlaria que pertencia a seu pai., e hoje, aberta permanentemente para visitantes, recebe cerca de 4 mil visitas mensais.
ENCOMENDA
Desejo uma fotografia
como esta — o senhor vê? — como esta:
em que para sempre me ria
com um vestido de eterna festa.
Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.
Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
Cecília Meireles*
Desejo uma fotografia
como esta — o senhor vê? — como esta:
em que para sempre me ria
com um vestido de eterna festa.
Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.
Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
Cecília Meireles*
Só
Hoje vi
Um pássaro voando,
Belo vôo
Amplo na imensidão!
Só!
Parecia igual
a tantos outros que já vi.
Sem rumo,
Sem parada definida,
Sem ninguém para apontar-lhe o caminho.
Voando por sobre as montanhas,
Os rios,
E só.
Se vêm a terra,
ninguém o recepciona.
Se pousa numa árvore,
ninguém o espera.
Se voa ao ar,
ninguém o acompanha.
É um pássaro
Parecido com tantos outros, e só.
O que eu vi
Foi um pássaro só.
De um bando,
Uma família.
E só.
Só o que eu vi
Neste dia,
Foi um pássaro a voar.
Avistei-o
Dentro do espelho
Onde estava eu,
Só.
Hoje vi
Um pássaro voando,
Belo vôo
Amplo na imensidão!
Só!
Parecia igual
a tantos outros que já vi.
Sem rumo,
Sem parada definida,
Sem ninguém para apontar-lhe o caminho.
Voando por sobre as montanhas,
Os rios,
E só.
Se vêm a terra,
ninguém o recepciona.
Se pousa numa árvore,
ninguém o espera.
Se voa ao ar,
ninguém o acompanha.
É um pássaro
Parecido com tantos outros, e só.
O que eu vi
Foi um pássaro só.
De um bando,
Uma família.
E só.
Só o que eu vi
Neste dia,
Foi um pássaro a voar.
Avistei-o
Dentro do espelho
Onde estava eu,
Só.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Interludio
As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.
Cecilia Meireles
As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.
Cecilia Meireles
"Um dia quebrarei todas as pontes
que ligam o meu ser, vivo e total,
à agitação do mundo do irreal,
e calma subirei até às fontes.
Irei até às fontes onde mora
a plenitude, o límpido esplendor
que me foi prometido em cada hora,
e na face incompleta do amor.
Irei beber a luz e o amanhecer,
irei beber a voz dessa promessa
que às vezes como um vôo me atravessa,
e nela cumprirei todo o meu ser."
(Sophia de M B Andresen)
que ligam o meu ser, vivo e total,
à agitação do mundo do irreal,
e calma subirei até às fontes.
Irei até às fontes onde mora
a plenitude, o límpido esplendor
que me foi prometido em cada hora,
e na face incompleta do amor.
Irei beber a luz e o amanhecer,
irei beber a voz dessa promessa
que às vezes como um vôo me atravessa,
e nela cumprirei todo o meu ser."
(Sophia de M B Andresen)
O céu, azul de luz quieta.
As ondas brandas a quebrar,
Na praia lúcida e completa –
Pontos de dedos a brincar.
No piano anónimo da praia
Tocam nenhuma melodia
De cujo ritmo por fim saia
Todo o sentido deste dia.
Que bom, se isto satisfizesse!
Que certo, se eu pudesse crer
Que esse mar e essas ondas e esse
Céu têm vida e têm ser.
Fernando Pessoa
As ondas brandas a quebrar,
Na praia lúcida e completa –
Pontos de dedos a brincar.
No piano anónimo da praia
Tocam nenhuma melodia
De cujo ritmo por fim saia
Todo o sentido deste dia.
Que bom, se isto satisfizesse!
Que certo, se eu pudesse crer
Que esse mar e essas ondas e esse
Céu têm vida e têm ser.
Fernando Pessoa
Gosto do mar e de sentir
as ondas beijarem-me os pés.
Gosto de caminhar
na areia e sentir
os pequeninos grãos
contornarem os dedos
Gosto ainda de brincar
a fazer castelos de areia,
com as formas da
minha memória que
se ergueram e aí ficaram.
Sorrio para o azul esverdeado
das ondas q dançam
entrelaçadas com a espuma branca
E vivo cada momento
como uma infância revisitada
em Maresias
com o som do mar
Nickelback photograph (with lyrics)
as ondas beijarem-me os pés.
Gosto de caminhar
na areia e sentir
os pequeninos grãos
contornarem os dedos
Gosto ainda de brincar
a fazer castelos de areia,
com as formas da
minha memória que
se ergueram e aí ficaram.
Sorrio para o azul esverdeado
das ondas q dançam
entrelaçadas com a espuma branca
E vivo cada momento
como uma infância revisitada
em Maresias
com o som do mar
Nickelback photograph (with lyrics)
Um cheiro de flor
Que desabrochou no jardim de amor
E sem pudor escrevo meus versos
Imaginando ele perto e o sabor
Do doce veneno,o gosto do beijo
Seu jeito perfeito me conquistou
Eu só peço pro tempo que siga sereno
E me livre de todo tormento e a dor
É nela que eu penso quando me deito
Por ela eu enfrento seja quem for
No sonho eu me lembro,quando ela veio
E ainda sem jeito,sorrindo falou
Que guarda no peito um sentimento
Um grande desejo,algo de valor
Sincero e verdadeiro,intocável,inteiro
Deixado em segredo,e ninguém roubou!
Ele gosta do sol,da praia e do mar
Da noite insinuosa e o luar
De olhar pro horizonte,passar pela ponte
E ali,não tão longe a Beira-mar
Seu jeito de se entregar só me faz querer te mar
Logo eu!?
Quem diria!?
Aconteceu de eu me apaixonar!
Que desabrochou no jardim de amor
E sem pudor escrevo meus versos
Imaginando ele perto e o sabor
Do doce veneno,o gosto do beijo
Seu jeito perfeito me conquistou
Eu só peço pro tempo que siga sereno
E me livre de todo tormento e a dor
É nela que eu penso quando me deito
Por ela eu enfrento seja quem for
No sonho eu me lembro,quando ela veio
E ainda sem jeito,sorrindo falou
Que guarda no peito um sentimento
Um grande desejo,algo de valor
Sincero e verdadeiro,intocável,inteiro
Deixado em segredo,e ninguém roubou!
Ele gosta do sol,da praia e do mar
Da noite insinuosa e o luar
De olhar pro horizonte,passar pela ponte
E ali,não tão longe a Beira-mar
Seu jeito de se entregar só me faz querer te mar
Logo eu!?
Quem diria!?
Aconteceu de eu me apaixonar!
domingo, 22 de novembro de 2009
Amanhecer
Floresce, na orilha da campina,
esguio ipê
de copa metálica e esterlina.
Das mil corolas,
saem vespas,abelhas e besouros,
polvilhados de ouro,
a enxamear no leste,onde vão pousando
nas piritas que piscam nas ladeiras,
e no riso das acácias amarelas.
Dos charcos frios
sobem a caçá-los redes longas,
lentas e rasgadas de neblina.
Nuvens deslizam,despetaladas,
e altas, altas,
garças brancas planam.
Dançam fadas alvas,
cantam almas aladas,
na taça ampla,
na prata lavada,
na jarra clara da manhã...
João Guimarães Rosa
in Magma
Floresce, na orilha da campina,
esguio ipê
de copa metálica e esterlina.
Das mil corolas,
saem vespas,abelhas e besouros,
polvilhados de ouro,
a enxamear no leste,onde vão pousando
nas piritas que piscam nas ladeiras,
e no riso das acácias amarelas.
Dos charcos frios
sobem a caçá-los redes longas,
lentas e rasgadas de neblina.
Nuvens deslizam,despetaladas,
e altas, altas,
garças brancas planam.
Dançam fadas alvas,
cantam almas aladas,
na taça ampla,
na prata lavada,
na jarra clara da manhã...
João Guimarães Rosa
in Magma
Casa No Campo
Elis Regina
Composição: Zé Rodrix e Tavito
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais
Elis Regina
Composição: Zé Rodrix e Tavito
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais
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