sexta-feira, 15 de abril de 2011

Édouard Léon Cortès.

Sua pintura parece retratar não apenas um lugar, mas o espírito do lugar. Uma arte de sensibilidade intensa, que, apesar de simples, faz as suas pinceladas impressionistas figurar entre as mais belas retratações da eterna cidade-luz.

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Place de la Republique

“Nós sempre teremos Paris”. A memorável frase do clássico Casablanca (EUA, 1942) remete-me, além da película, também aos quadros de Édouard Léon Cortès. O que seria de Paris sem Cortès? O que seria de Cortès sem Paris? O que seria da arte sem Cortès e sem Paris? Dentre incontáveis nomes que sempre fizeram da cidade um reduto artístico de todas as vertentes, está o de Édouard Léon Cortès. Pós-impressionista, era chamado de “o poeta parisiense da pintura” - tamanha sua destreza em aludir paisagens urbanas de Paris.

A paixão de Cortès pela cidade era excepcional, levando seu talento ao encontro não somente dos monumentos, movimentos e pessoas, mas também da própria alma de Paris. As pinturas de Édouard estão entre as mais famosas e expressivas referências da capital francesa de todos os tempos.

O pintor nasceu nos subúrbios de Paris em abril de 1882. Ainda jovem, aprendeu a pintar com seu pai, que também era pintor. Foi para Paris estudar e já com 16 anos exibiu sua primeira tela, na Sociedade dos Artistas Franceses, intitulada “Le Labour” que foi muito bem recebida pela crítica e pelo público. Isso o destacou como uma das principais promessas artísticas da época. O pintor destacou-se, de fato, e com o passar do tempo expôs diversos trabalhos em grandes eventos culturais e mostras da cidade. Recebeu vários prêmios e foi reconhecido pelo seu extraordinário talento com os pincéis.

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Theatre du Vaudeville

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Paris Omnibus on the Place de la Madeleine

Ele, entretanto, não se focou em expressões ou na boémia, como fez Toulouse-Lautrec, da mesma escola artística. A arte de Édouard era mais serena, ainda que violentamente significativa. Para ele, importava capturar as ruas, as cores, o espírito parisiense. Era a Paris de todos os dias, de seus olhos.

Usava infinitas variações para identificar os tons e cores das mudanças de estação e do clima. Seu trabalho nunca teve um estilo sofisticado. Sua técnica era simples, mas inconfundível. Sua pincelada parece vir ao acaso, com despreocupado acerto. Gosto de Édouard porque sinto que fez sua arte de maneira tão espontânea quanto um violinista que fecha os olhos e toca os acordes que vêm à sua mente e coração.

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Flower Market at the Madeleine

Os quadros de Édouard são capazes de deixar-nos em estado de suspensão. Transportam-nos à própria Paris por meio de suas cores inquietas, como se dançassem para nós. Observar seus quadros é observar alguma cena através de uma janela com gotas de chuva a escorrer por ela. Sua obra parece estar viva diante dos olhos.

Édouard acabou por regressar a Lagny, comunidade em que nasceu, e lá viveu o resto de sua vida. Porém, jamais deixou de ir a Paris para inspirar-se sempre que podia. Morreu em 1969.

Cortès deu-nos a sua Paris, viva e poética, em uma paleta colorida e apaixonada. Se um dia eu puder dizer “para sempre Paris”, será por causa de Édouard Léon Cortès.

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Flower Seller at la Madeleine

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Arc de Triomphe

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Rue Royale Concorde

Édouard Léon Cortès.

Sua pintura parece retratar não apenas um lugar, mas o espírito do lugar. Uma arte de sensibilidade intensa, que, apesar de simples, faz as suas pinceladas impressionistas figurar entre as mais belas retratações da eterna cidade-luz.

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Place de la Republique

“Nós sempre teremos Paris”. A memorável frase do clássico Casablanca (EUA, 1942) remete-me, além da película, também aos quadros de Édouard Léon Cortès. O que seria de Paris sem Cortès? O que seria de Cortès sem Paris? O que seria da arte sem Cortès e sem Paris? Dentre incontáveis nomes que sempre fizeram da cidade um reduto artístico de todas as vertentes, está o de Édouard Léon Cortès. Pós-impressionista, era chamado de “o poeta parisiense da pintura” - tamanha sua destreza em aludir paisagens urbanas de Paris.

A paixão de Cortès pela cidade era excepcional, levando seu talento ao encontro não somente dos monumentos, movimentos e pessoas, mas também da própria alma de Paris. As pinturas de Édouard estão entre as mais famosas e expressivas referências da capital francesa de todos os tempos.

O pintor nasceu nos subúrbios de Paris em abril de 1882. Ainda jovem, aprendeu a pintar com seu pai, que também era pintor. Foi para Paris estudar e já com 16 anos exibiu sua primeira tela, na Sociedade dos Artistas Franceses, intitulada “Le Labour” que foi muito bem recebida pela crítica e pelo público. Isso o destacou como uma das principais promessas artísticas da época. O pintor destacou-se, de fato, e com o passar do tempo expôs diversos trabalhos em grandes eventos culturais e mostras da cidade. Recebeu vários prêmios e foi reconhecido pelo seu extraordinário talento com os pincéis.

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Theatre du Vaudeville

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Paris Omnibus on the Place de la Madeleine

Ele, entretanto, não se focou em expressões ou na boémia, como fez Toulouse-Lautrec, da mesma escola artística. A arte de Édouard era mais serena, ainda que violentamente significativa. Para ele, importava capturar as ruas, as cores, o espírito parisiense. Era a Paris de todos os dias, de seus olhos.

Usava infinitas variações para identificar os tons e cores das mudanças de estação e do clima. Seu trabalho nunca teve um estilo sofisticado. Sua técnica era simples, mas inconfundível. Sua pincelada parece vir ao acaso, com despreocupado acerto. Gosto de Édouard porque sinto que fez sua arte de maneira tão espontânea quanto um violinista que fecha os olhos e toca os acordes que vêm à sua mente e coração.

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Flower Market at the Madeleine

Os quadros de Édouard são capazes de deixar-nos em estado de suspensão. Transportam-nos à própria Paris por meio de suas cores inquietas, como se dançassem para nós. Observar seus quadros é observar alguma cena através de uma janela com gotas de chuva a escorrer por ela. Sua obra parece estar viva diante dos olhos.

Édouard acabou por regressar a Lagny, comunidade em que nasceu, e lá viveu o resto de sua vida. Porém, jamais deixou de ir a Paris para inspirar-se sempre que podia. Morreu em 1969.

Cortès deu-nos a sua Paris, viva e poética, em uma paleta colorida e apaixonada. Se um dia eu puder dizer “para sempre Paris”, será por causa de Édouard Léon Cortès.

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Flower Seller at la Madeleine

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Arc de Triomphe

edouard Leon cortes pintor poeta paris pintura
Rue Royale Concorde

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Google

Google lucra US$ 2,298 bilhões entre janeiro e março

 

O Google obteve lucro líquido de US$ 2,298 bilhões entre Janeiro e Março de 2011, 17,5% a mais que no mesmo período do ano passado, informou nesta quinta-feira a companhia.

Também no primeiro trimestre de 2011, o faturamento do gigante da internet foi de US$ 8,575 bilhões --27% superior ao registado na mesma época em 2010.

Ao todo, 69% das receitas da empresa foram provenientes dos sites propriedade da empresa e 28% vieram de programas externos, como o serviço de publicidade AdSense.

"Tivemos um grande trimestre", disse o director financeiro da Google, Patrick Pichette, em comunicado.

"Esses resultados demonstram o valor da busca e de seus anúncios para nossos usuários e clientes, bem como o potencial extraordinário de áreas como os destacados e o móvel. É claro que nossos investimentos passados foram cruciais para nosso êxito actual", comenta Pichette.

O Google informou também que os custos por "clique" nos anúncios subiram 8% com relação ao mesmo período de 2010, mas caíram 1% a respeito do trimestre Outubro-Dezembro.

O Faturamento por "clique", gerado pelas visitas dos usuários nos anúncios contratados pelo Buscador  Google, teve crescimento anualizado de 18%, e seu valor subiu 4% na comparação entre os trimestres.

As ações do Google recuaram 5% após o fim da sessão, após a gigante das buscas reportar resultados trimestrais.

Filme 3 D “RIO”

O poder das palavras: Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força

     

     

    Se a utopia é a força motriz que procura forjar a civilização ideal, 1984, a obra-prima do escritor britânico George Orwell, mostra o reverso deste sonho.

    BigBrother_ccsa30.jpg

    Com um pessimismo implacável, Orwell retrata o desespero humano no universo da distopia, recriando um totalitarismo que submete e controla a sociedade, em que a liberdade dá lugar à anulação do indivíduo e a linguagem é manipulada de forma a estruturar os pensamentos e percepção que cada indivíduo tem da realidade.

    “Tornar impossíveis todos os outros modos de pensamento”, eis o perfeito mecanismo de controlo, elaborado pelo estado totalitário, que Eric Arthur Blair (1903-1950), o pseudónimo literário de Orwell, retrata em 1984. Mas como é que se consegue manipular os nossos próprios pensamentos, algo tão interior e difícil de ser escrutinado por quem nos é exterior?

    Antes de mais, imagine um país onde existem os ministérios do Amor, da Paz e da Verdade. E, ainda, um líder que se denomina de “Grande Irmão” (Big Brother, na versão original). Este é um cenário quase idílico, quiçá saído de um conto de fadas. Contudo, já se sabe que as aparências enganam e que as palavras podem ludibriar, escondendo a realidade.

    Não é de admirar, portanto, que no mundo sombrio que Orwell delineou o Ministério do Amor tenha, afinal, a missão de espiar e manter sob controlo apertado a população, com o Ministério da Paz a zelar pela manutenção da guerra, enquanto o Ministério da Verdade censura e manipula (altera) toda a informação e literatura que circula – bem ao jeito de “o que ontem era verdade, hoje é mentira”, e assim criando o mito de que o Estado está sempre certo naquilo que decide e faz.

    1984 George Orwell

    Liberdade? O que é isso?

    Quanto ao Grande Irmão, cuidado com ele, pois na verdade mais não é do que um ditador omnipresente e vigilante – aliás, a propaganda do estado bem avisa que “o Grande Irmão está a observar-te” (Big Brother is watching you).

    “Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força”. Eis o principal lema do Grande Irmão. Ao exaltar tanto a guerra como a ignorância e ao desacreditar a liberdade, pretende-se esconder os verdadeiros conceitos que lhes são intrínsecos – a guerra é destruição, a liberdade é força e a ignorância é escravidão. A realidade acaba por ser distorcida e reconstruída, ajudando a perpetuar o status quo e o poder de quem exerce o controlo absoluto. Maquiavélico, relativamente eficaz, mas ainda assim com algumas lacunas.

    Eis por isso, e indo ao encontro da visão “orwelliana” de que nenhuma forma de controlo é impossível, que o estado totalitário de 1984 vai desenhar e impor uma linguagem artificial e minimalista – a Novilíngua –, destinada, em grande parte, a suprimir diversas palavras e expressões, assim como muitos dos conceitos que lhes estão associados.

    Usando um pouco do hocus pocus da censura, a palavra liberdade, por exemplo, acaba por ser suprimida do vocabulário, pelo que as gerações futuras jamais conhecerão e compreenderão o próprio conceito de liberdade, a essência de pensamentos e actos que estão adstritos a esta palavra. Eis como se fabrica um novo mundo... que dispensa a liberdade.

    Basicamente, a Novilíngua actua como um mecanismo perfeito que limita e aprisiona o intelecto do indivíduo, funcionando como arma de controlo sobre ele, num domínio que não necessita do uso da força para prevalecer, já que os cidadãos nunca terão consciência de que estão a ser manipulados e reconstruídos a partir do seu interior.

    1984 George Orwell

    Mentiras que soam a verdade

    Em 1947, o alemão Victor Klemperer (1881-1960) publicou A linguagem do Terceiro Reich, livro no qual denuncia, detalhadamente, a forma como o partido Nazi controlou os alemães… controlando precisamente a linguagem.

    O que Kemplerer fez, muito simplesmente, foi estudar a forma como a propaganda Nazi alterou a língua alemã, de modo a que os alemães assimilassem o Nationalsozialismus (a ideologia Nazi). Tal como escreveu no seu livro:

    “[O] nazismo permeou a carne e o sangue das pessoas através de palavras, idiomas e sintaxes que lhes foram impostas num milhão de repetições, as quais foram interiorizadas de forma mecânica e inconsciente […]. A linguagem não é algo que simplesmente escreve e pensa por mim; também dita, de forma crescente, os meus sentimentos, ao mesmo tempo que governa todo o meu ser espiritual […]. As palavras podem ser como pequenas doses de arsénico: são engolidas sem se dar conta, aparentam não ter um efeito, mas eis então que, após algum tempo, a reacção tóxica instala-se de uma vez por todas.”

    1984 George Orwell

    Tal como caucionou o filósofo francês Michel Foucault (1926-1984), a produção do discurso (da linguagem) está relacionada com as próprias técnicas e dispositivos de poder. No entanto, as palavras são muito mais do que um mero meio para atingir um fim, pois o discurso é em si um poder: “O discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas é aquilo pelo qual e com o qual se luta, é o próprio poder de que procuramos assenhorear-nos”.

    Eis o poder das palavras, uma força tão poderosa que levou George Orwell a temer pelo futuro, pois são elas que dão forma aos nossos pensamentos. Tal como chegou a descrever, a linguagem pode ser usada “para fazer as mentiras soarem como verdadeiras, o assassínio respeitável ou para dar a aparência de solidez ao puro vento”.

    O progresso científico abriu um novo campo de conhecimento: o da felicidade

     

     Felicidade Politica Economia Rendimento Dinheiro Ciencia

    O progresso científico abriu um novo campo de conhecimento: o da felicidade. A possibilidade de visualizar os "centros cerebrais da felicidade" e o constatar das suas alterações quando alguém diz sentir-se feliz, abriu novos rumos a este novo instrumento de análise da raça humana, e transformou a medição da felicidade em algo muito mais credível. Tornada mensurável, apesar de não existir consenso quanto aos critérios dessa medição, a felicidade passou rapidamente a ser também um objectivo político.

    A regra de ouro da Economia tem sido, ao longo dos séculos, a que postula que o bem-estar aumenta em função do rendimento. E é por este motivo que estados e pessoas se afadigam: o vil metal dá-lhes capacidade de escolha e dimensão de liberdade. Mas um conjunto crescente de reflexões e estudos publicados em revistas credíveis, como o Journal of Happiness Studies, mostra aquilo que já todos nós sabíamos: a riqueza por si só não nos traz necessariamente bem-estar e é só umas das muitas variáveis a ter em conta na equação da felicidade.

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    Os políticos, que não perdem uma boa oportunidade para se colocarem na primeira linha deste tipo de corridas, andam loucos para perceber então o enigma da felicidade: o que mexe realmente o ponteiro quando se trata de fazer as pessoas felizes e como poderão proporcionar-lhes esse subjectivo e complexo estado de bem-estar.

    Países tão aparentemente discrepantes como a Austrália, a China, o Butão, a Tailândia e o Reino Unido estão a produzir "Índices de Felicidade" a ser utilizados a par do PIB como fontes de referência e guias para o progresso das suas sociedades. Economistas especializados em felicidade estão a ser colocados em cargos chave, como é o caso de David Blanchflower, recém nomeado assessor do Monetary Policy Committee do Bank of England, e os encontros entre líderes de nações, empresas e instituições do topo da economia mundial para debaterem medidas do progresso humano que não o PIB, sucedem-se a bom ritmo.

     Felicidade Politica Economia Rendimento Dinheiro Ciencia

    A comunidade científica há um tempo que, a este respeito, já se movimenta: Richard Easterlin publicou os resultados das suas investigações e concluiu que, apesar dos ricos serem tradicionalmente mais felizes do que os pobres, o aumento da felicidade devido ao aumento dos rendimentos não é proporcional ao aumento de felicidade assim que se ultrapassa a linha do limiar da pobreza. O sociólogo Ruut Veenhoven, da Erasmus University, afirma que "a felicidade é bem mais complexa do que aquilo que se supunha", e na World Database of Happiness, que fundou, publica um relatório que hierarquiza o Coeficiente de Felicidade em 95 países e a tendência média da felicidade nas nações, com base em critérios que passam pela relação entre a felicidade e as condições da sociedade em que se vive.

    Claudia Senik, professora de Economia da Sorbonne, estabeleceu num dos seus trabalhos uma relação directa entre a esperança de melhor qualidade de vida e a felicidade das pessoas, considerando que o PIB não é um indicador tão erróneo de bem-estar como alguns dos seus colegas querem fazer crer.

    A Economia da Felicidade ganha cada vez mais adeptos e defensores inesperados: conservadores britânicos, burocratas chineses, militares tailandeses ou membros da casa real do Butão, inebriados com a facilidade com que se pode manipular os resultados da pesquisa sobre a felicidade de modo a servir objectivos políticos que, no mínimo, estarão longe de serem modelos de seriedade, desmultiplicam-se em iniciativas mais ou menos estruturadas, aparentemente para proporcionarem mais satisfação aos seus cidadãos.

    O Governo Britânico criou recentemente um Whitehall Well-Being Working Group (W3G) para criar medidores de felicidade e avaliar as formas como os seus ministros podem dar mais satisfação às pessoas. Surayud Chulanont da Tailândia prometeu, na sequência do golpe de estado do ano passado em que tomou o poder, tornar os tailandeses não apenas mais ricos mas também mais felizes, intervindo no âmbito do Plano Quinquenal em áreas como a saúde, a educação, a família e o trabalho e alegadamente transformando essas intervenções positivas em "medidas de felicidade". A China segue-lhe as pisadas e, no âmbito da intenção de criar "uma sociedade mais harmoniosa", promete apresentar até ao fim deste ano um Índice de Felicidade como referência para futuras alterações ao modelo de sociedade chinês.

     Felicidade Politica Economia Rendimento Dinheiro Ciencia

    Político é batido na arte da artimanha e não dá ponto sem nó, e o objectivo desta gesta quase se adivinha qual seja. Mas se toda esta demanda pela qualidade de vida e pelas formas e meios de a proporcionar servir, de alguma forma, para consciencializar o cidadão e expandir os seus horizontes na busca do bem estar colectivo como meio de atingir o bem estar individual, então que venha por bem. Se, pelo contrário, vier favorecer o hedonismo desbragado que a cada dia que passa deixa marcas mais profundas no nosso quotidiano e na nossa demanda de uma sociedade mais justa, então para pior mesmo já basta assim!

    Cabe-nos a nós, actores em causa e contracena própria, contar espingardas e torcer o nosso destino antes que o destino nos torça a nós. Pelo nosso destino vale a pena clamarmos, alto e bom som, sem que receio algum nos impeça de tomar mais esta Bastilha: aux armes citoyens...!

    Critério de Felicidade

    Muitos agem como se a felicidade fosse algo tão espetacular como uma entidade sagrada e oculta, da qual nós, os deprimidos [ou deprimentes] mortais nada sabemos. E a que jamais teremos acesso se, porventura, não sairmos à sua gloriosa procura. Ou, ainda, como se fosse um produto de massa, encomendado por conspiradores, alienígenas e agentes secretos, cambiável por sorrisos vagos, para manter a ordem. Ou uma desordem de ordem psicológica.

    infelicidade felicidade sorrir sorriso

    Hoje em dia, não mais do que sempre, muito se fala na tal da felicidade. Da filosofia à medicina, todos tentam desesperadamente definir, alcançar, “engarrafar” o sentimento.
    Na Grécia Antiga, acreditava-se que a felicidade era algo determinado pelo destino de cada um, entendia-se como sorte ou fortuna. Mais tarde o conceito passou a ser tratado como um objetivo e projeto de vida, com o qual o destino nada teria a ver. O cristianismo pregava a felicidade como sendo algo divino, um presente dos céus. Seria graça, e não merecimento. Com o Iluminismo, no século XVIII, o conceito passou a ser mais, digamos, humano. Um conceito quase palpável, visto que o filósofo inglês Jeremy Bentham inventou um "cálculo matemático” para medir a felicidade. Não deu certo, obviamente, e foi considerado um erro pelo próprio Bentham.

    Erro porque a felicidade, de fato, não se encontra. Porque a felicidade não está; a felicidade é. É algo pelo qual se decide, sejam quais forem as circunstâncias.
    Há variados motivos para nos sentirmos felizes, finalmente. Ou podemos simplesmente ser gratos. Pelo que somos; pelo que temos.

    Se você está lendo este artigo é porque tem acesso livre à internet e à informação. Muitos mais do que muita gente por aí. E, certamente, tem uma banana na geladeira, o que significa mais calorias do que muita gente no mundo consome por dia. Quem sabe você tenha um par de pernas que te conceda o direito de ir e vir, liberdade da qual cadeirantes ou vítimas de minas terrestres – espalhadas por diversos territórios como heranças de guerras – não usufruem.

    Talvez, ainda, você seja uma pessoa de sorte e tenha uma família, estruturada ou não, que participou e acrescentou à sua particular concepção de mundo. Ou talvez possa escolher sua fé – ou a falta dela – e seus ideais políticos. Liberdade muito maior do que alguns povos que não podem manifestar suas crenças e nem lutar por elas.

    infelicidade felicidade sorrir sorriso

    Diferente de Roberto Benigni sei bem que a vida não é bela, no entanto. Mas sei que há beleza na vida. Sei, também, que a vida joga, dribla e nos dá uma rasteira que humilha-nos ao pó. Mas, sobretudo, sei que pior do que perseguir algo que está colado na própria testa é ser cego (ou ingrato) o suficiente para não perceber isso.

    Mas não. Alucinados com a felicidade – a qual declaramos não avistar, nem nada saber – fazemos de nossas vidas uma verdadeira saga com a busca do que julgamos ser o santo graal de nossos dias. Fazemos infográficos coloridos e depois ficamos a comparar os países, diferenciando-os pelas cores. A cor vermelha sempre indica o país mais amargurado nessa vida. Bullshit.

    Como padronizar um critério de felicidade ao redor do mundo? O que define a nossa felicidade? É individual, é coletiva?

    De acordo com uma reportagem da National Geographic Expeditions, os nômades da Mongólia e os monges do Tibete são as pessoas mais felizes do planeta. Azul neles! O primeiro grupo, por causa do desapego material; o segundo grupo, por causa da meditação que levaria à paz espiritual. Para ambos, claro, há explicações religiosas e científicas.

    Já o Instituto Legatum, o qual realiza pesquisa de índice de felicidade baseada, entre outros fatores, na riqueza, educação e crescimento econômico de um país apontou – em janeiro deste ano – a Noruega como detentora das pessoas mais felizes. O mesmo país que há algum tempo ostentava um dos maiores índices de suicídios no mundo. Ainda de acordo com o Instituto Legatum, o Brasil aparece na 45ª posição, infausto. Já nossos amigos portugueses são mais felizes: Portugal ocupa a 26ª posição.

    felicidade infelicidade
    Mapa do Índice de Satisfação com a Vida, segundo estudo de Adrian White. Fonte: Wikipedia, domínio público.

    Então, a felicidade é o contentamento pessoal no meio em que estamos inseridos ou a prosperidade do meio no qual estamos inseridos?

    Seja por meio de fórmulas, infográficos, mapeamento genético ou pílulas, o homem tenta não somente definir e equacionar um sentimento, como induzi-lo ou controlá-lo.
    O fato é que a felicidade, assim como não conseguimos “encontrá-la”, também não é algo que conseguimos medir ou definir, colocando-a em infográficos e estatísticas.

    O escritor francês Gustave Flaubert disse que “ser estúpido, egoísta e ter boa saúde são os três requisitos para a felicidade, mas se a estupidez faltar tudo estará perdido”. Portanto, esqueça as pesquisas. Não se preocupe. De acordo com Flaubert, todos nós temos o potencial para ser extraordinariamente felizes.

    quarta-feira, 13 de abril de 2011

    Eu a tocar orgão

    Eu a tocar orgão tenho abaixo assinado do condominio, porque a musica era d+ imagina como são gentis kkkk

     

    segunda-feira, 11 de abril de 2011

    Mariza Alencastro

    Devaneios

    Vesti meu sorriso mais bonito
    e prendi o cabelo com duas estrelas...
    Não era hora de devaneios nem delírios
    mas o vento me chamava com promessas
    de rendas e luares
    sobre a areia molhada da chuva.
    O silêncio das eras bailava nas folhagens
    densas das palmeiras...e o ar da noite
    seguia seu tépido esvoaçar de dedos azuis.
    Terno era o murmúrio das ondas
    entrecortadas pelo alvoroço das gaivotas.
    E doce... muito doce ...era viver assim,
    suspensa entre as estrelas e o profundo azul do mar...

    Mariza Alencastro

    Mariza Alencastro

    Vesti meu sorriso mais bonito
    e prendi o cabelo com duas estrelas...
    Não era hora de devaneios nem delírios
    mas o vento me chamava com promessas
    de rendas e luares
    sobre a areia molhada da chuva.
    O silêncio das eras bailava nas folhagens
    densas das palmeiras...e o ar da noite
    seguia seu tépido esvoaçar de dedos azuis.
    Terno era o murmúrio das ondas
    entrecortadas pelo alvoroço das gaivotas.
    E doce... muito doce ...era viver assim,
    suspensa entre as estrelas e o profundo azul do mar...

    Mariza Alencastro

    Josh Rouse

    Josh Rouse em Guimarães e Lisboa -

    Josh Rouse em Guimarães e Lisboa

    Músico norte-americano, agora radicado em Espanha, anuncia no seu Facebook duas datas em Portugal.

    Joaquin Cortes

    domingo, 10 de abril de 2011

    JAPAN 8.9

    Nara Leão

    A pobre menina rica de Vinícius de Moraes, a musa da Bossa Nova, a moça dos joelhos mais bonitos da MPB, a voz dos desconhecidos da música, a garota da Banda, o açúcar com afeto de Chico Buarque, a mãe da Isabel e do Francisco, a mulher doce e de opinião forte. Essa foi Nara Leão. Uma das presenças femininas mais marcantes da música brasileira.

    bossa nova brasil musica mpb nara leao

    A bela e doce menina Nara, sempre cercada por personas importantes do âmbito musical, sentiu despertar seu interesse pela música muito cedo. Ainda com 14 anos, em meados de 1956, começou a ter aulas de violão com dois daqueles que seriam grandes influenciadores da sua carreira Carlos Lyra e Roberto Menescal. E, desde então, não tirou mais o instrumento de debaixo do braço.

    “Se alguém perguntar por mim
    Diz que fui por aí
    Levando o violão embaixo do braço”
    (Diz que fui por aí – Zé Keti e H. Rocha, interpretada por Nara Leão).

    Em sua casa, todas as noites, dizem que aconteciam reuniões que deram início à Bossa Nova. Ronaldo Bôscoli, com quem teve um romance, Carlos Lyra e Roberto Menescal, seus mentores musicais, eram alguns dos que participavam desses famosos encontros. Sempre muito tímida, Nara custou a aceitar que tinha voz e potencial para seguir uma carreira artística. Mas não tardou muito para que ela se entregasse de corpo, alma e coração à música. Sua estreia profissional nos palcos aconteceu ao lado de ninguém menos que Vinícius de Moraes, na comédia Pobre Menina Rica (1963).

    “Eu acho que quem me vê crê
    Que eu sou feliz
    Feliz só porque
    Tenho tudo quanto existe
    Pra não ser infeliz”
    (Pobre Menina Rica – Vinicius de Moraes e Carlos Lyra)

    Além da Bossa Nova, Nara, levada pelo seu lado político esquerdista, também passou a se interessar pelo chamado samba do morro, com canções contra o regime ditatorial da época. Em 1964, Nara lançou, em parceria com Zé Keti e João do Vale, a peça Opinião, composta em protesto contra as autoridades que queriam retirar as favelas do Rio de Janeiro. Então, de musa da Bossa Nova passou a ser cantora de protesto, mostrando a todos que ela não era apenas uma menininha de classe média que gostava de cantar. Nara tinha personalidade. Uma personalidade que talvez seja até mais lembrada que seu rico repertório musical.

    “Podem me prender, podem me bater
    Podem até deixar-me sem comer
    Que eu não mudo de opinião”
    (Opinião – Nara Leão)

    Uma das características de Nara que mais encantavam as pessoas, além de sua meiguice e força, era o fato de ser muito curiosa. Ela estava sempre em busca de novas ideias para seus espetáculos, parceiros para compor canções e, com isso, acabou encontrando e ajudando a lançar nomes como Chico Buarque, Maria Bethânia, Fagner e Pixinguinha. Como disse o sociólogo Daniel Martins, pesquisador da MPB na UFMG, Nara marcou seu nome na história “ao dar voz a grandes compositores ainda desconhecidos”.

    “Estava à toa na vida, o meu amor me chamou
    Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
    A minha gente sofrida despediu-se da dor
    Pra ver a banda passar cantando coisas de amor”
    (A Banda – Chico Buarque)

    Nara não tinha um estilo musical definido e sempre que achava ser a hora de mudar, não pensava duas vezes. Educada, gentil e carinhosa, nunca esteve envolvida em escândalos. Tirando o choque de ter sabido pelos jornais da traição do marido, sua vida foi tranquila, permeada por dois casamentos felizes, dois filhos e muitos amigos e fãs.

    “Com açúcar, com afeto
    Fiz seu doce predileto
    Pra você parar em casa”
    (Com açúcar Com afeto – Chico Buarque. Canção feita especialmente para Nara).

    Para a tristeza do Brasil, em 1989, Nara faleceu vítima de um tumor cerebral inoperável que já a acompanhava há 10 anos. Mas durante todo o tempo que antecedeu sua morte, ela fez da sua vida uma linda canção.

    “Não sei pra onde vou
    Não sei
    Se vou ou vou ficar
    Pensei, não quero mais pensar
    Cansei de esperar
    Agora nem sei mais o que querer
    E a noite não tarda a nascer
    Descansa coração e bate em paz”
    (Descansa Coração – Simon & Marques/ Alberto Ribeiro)

    bossa nova brasil musica mpb nara leao

    Nara Leão

    A pobre menina rica de Vinícius de Moraes, a musa da Bossa Nova, a moça dos joelhos mais bonitos da MPB, a voz dos desconhecidos da música, a garota da Banda, o açúcar com afeto de Chico Buarque, a mãe da Isabel e do Francisco, a mulher doce e de opinião forte. Essa foi Nara Leão. Uma das presenças femininas mais marcantes da música brasileira.

    bossa nova brasil musica mpb nara leao

    A bela e doce menina Nara, sempre cercada por personas importantes do âmbito musical, sentiu despertar seu interesse pela música muito cedo. Ainda com 14 anos, em meados de 1956, começou a ter aulas de violão com dois daqueles que seriam grandes influenciadores da sua carreira Carlos Lyra e Roberto Menescal. E, desde então, não tirou mais o instrumento de debaixo do braço.

    “Se alguém perguntar por mim
    Diz que fui por aí
    Levando o violão embaixo do braço”
    (Diz que fui por aí – Zé Keti e H. Rocha, interpretada por Nara Leão).

    Em sua casa, todas as noites, dizem que aconteciam reuniões que deram início à Bossa Nova. Ronaldo Bôscoli, com quem teve um romance, Carlos Lyra e Roberto Menescal, seus mentores musicais, eram alguns dos que participavam desses famosos encontros. Sempre muito tímida, Nara custou a aceitar que tinha voz e potencial para seguir uma carreira artística. Mas não tardou muito para que ela se entregasse de corpo, alma e coração à música. Sua estreia profissional nos palcos aconteceu ao lado de ninguém menos que Vinícius de Moraes, na comédia Pobre Menina Rica (1963).

    “Eu acho que quem me vê crê
    Que eu sou feliz
    Feliz só porque
    Tenho tudo quanto existe
    Pra não ser infeliz”
    (Pobre Menina Rica – Vinicius de Moraes e Carlos Lyra)

    Além da Bossa Nova, Nara, levada pelo seu lado político esquerdista, também passou a se interessar pelo chamado samba do morro, com canções contra o regime ditatorial da época. Em 1964, Nara lançou, em parceria com Zé Keti e João do Vale, a peça Opinião, composta em protesto contra as autoridades que queriam retirar as favelas do Rio de Janeiro. Então, de musa da Bossa Nova passou a ser cantora de protesto, mostrando a todos que ela não era apenas uma menininha de classe média que gostava de cantar. Nara tinha personalidade. Uma personalidade que talvez seja até mais lembrada que seu rico repertório musical.

    “Podem me prender, podem me bater
    Podem até deixar-me sem comer
    Que eu não mudo de opinião”
    (Opinião – Nara Leão)

    Uma das características de Nara que mais encantavam as pessoas, além de sua meiguice e força, era o fato de ser muito curiosa. Ela estava sempre em busca de novas ideias para seus espetáculos, parceiros para compor canções e, com isso, acabou encontrando e ajudando a lançar nomes como Chico Buarque, Maria Bethânia, Fagner e Pixinguinha. Como disse o sociólogo Daniel Martins, pesquisador da MPB na UFMG, Nara marcou seu nome na história “ao dar voz a grandes compositores ainda desconhecidos”.

    “Estava à toa na vida, o meu amor me chamou
    Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
    A minha gente sofrida despediu-se da dor
    Pra ver a banda passar cantando coisas de amor”
    (A Banda – Chico Buarque)

    Nara não tinha um estilo musical definido e sempre que achava ser a hora de mudar, não pensava duas vezes. Educada, gentil e carinhosa, nunca esteve envolvida em escândalos. Tirando o choque de ter sabido pelos jornais da traição do marido, sua vida foi tranquila, permeada por dois casamentos felizes, dois filhos e muitos amigos e fãs.

    “Com açúcar, com afeto
    Fiz seu doce predileto
    Pra você parar em casa”
    (Com açúcar Com afeto – Chico Buarque. Canção feita especialmente para Nara).

    Para a tristeza do Brasil, em 1989, Nara faleceu vítima de um tumor cerebral inoperável que já a acompanhava há 10 anos. Mas durante todo o tempo que antecedeu sua morte, ela fez da sua vida uma linda canção.

    “Não sei pra onde vou
    Não sei
    Se vou ou vou ficar
    Pensei, não quero mais pensar
    Cansei de esperar
    Agora nem sei mais o que querer
    E a noite não tarda a nascer
    Descansa coração e bate em paz”
    (Descansa Coração – Simon & Marques/ Alberto Ribeiro)

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