Completa secura
Resvalo
Nas margens
Do rio que não corre
Suas águas secaram
Como se fora
Uma estrada sem trânsito
Ou com um fim
Por saída
Depois
Me seca a garganta
Os raios solares
Me envolvem
Fortemente
Lentamente
Desiderato
É profunda
A secura
TEMATICA VARIADA, COM MAIOR INCIDÊNCIA NA MUSICA GENERALISTA, E NA FOTOGRAFIA, OBVIAMENTE COMO PILAR DE ESTAS DUAS FORMAS DE ARTE, ESTARÁ A POESIA
sábado, 9 de outubro de 2010
Faria hoje 70 anos
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Guns N´Roses
Irreverência ou protagonismo ?
Depois de na Irlanda serem corridos á garrafada ontem foi a vez de Portugal
Horas não são com eles ……….
Como é que se sabe que estamos num concerto dos Guns N' Roses? Assim: Axl fez questão de nos lembrar com os longos 90 minutos que separaram a sua entrada em palco após o final da actuação de convidado especial Sebastian Bach . Provavelmente já a antever uma longa espera entre as duas actuações, foi dado ao ex-vocalista dos Skid Row todo o tempo do mundo - neste caso uns 90 minutos nada habituais numa actuação de abertura - e o músico teve oportunidade de entreter os milhares de espectadores que, por esta altura (a actuação começou às 20:30 em ponto ao som de uma versão mais acelerada do clássico "Slave To The Grind"), já compunham muito bem a plateia e os dois balcões do Pavilhão Atlântico.
Bach pode afirmar a cada oportunidade que não quer ter mais nada a ver com a banda que o tornou famoso e que ainda anda por aí a dar concertos com outro vocalista. A verdade é que, apesar de estar longe da genial capacidade vocal de outrora, foram os cinco temas que interpretou de Skid Row e Slave to the Grind - a lista fica completa com "Piece Of Me", "18 & Life", "Monkey Business" e, a fechar, "I Remember You" - que provocaram uma reacção mais entusiasta por parte dos presentes.
Apoiado numa banda muito competente, o imponente vocalista sublinhou mais que uma vez ter estado toda a sua carreira, 25 anos no total, à espera desta estreia em Portugal. Brincou com uma bandeira brasileira que alguém atirou para o palco, dirigiu-se ao público num português percetível apenas a espaços ("Lisboa, capital de Portugal... Hoje Lisboa é capital do rock"), interpretou alguns temas dos seus discos a solo e não se cansou de dizer que, a seguir, os Guns N' Roses estariam em palco para satisfazer todos e quaisquer desejos de rock'n'roll.
Outrora a banda mais perigosa do mundo, continuam a manter uma aura de imprevisibilidade que se prende essencialmente com o génio do seu vocalista. Isto porque, durante as quase três horas que estiveram em palco, os Guns N' Roses versão 2010 revelaram-se uma máquina muitíssimo bem oleada e, instrumentalmente, sem grandes falhas a apontar.
Os guitarristas Richard Fortus, Ron "Bumblefoot" Thal e DJ Ashba, os teclistas Dizzy Reed e Chris Pitman, o baixista Tommy Stinson e o baterista Frank Ferrer tocam, nota por nota, aquilo que eles e outros gravaram em estúdio.
Ashba, com um chapéu muito próximo da cartola e com uma Les Paul que traz de imediato Slash à cabeça, deu início ao espectáculo com os primeiros riffs de "Chinese Democracy" - o tema título do tal disco que esteve mais de uma década na forja e que, quando foi finalmente editado, Axl se recusou a promover.
O controverso génio criativo da banda parece querer agora redimir-se e, com a ajuda de uma nova legião de fãs, pode muito bem conseguir fazê-lo. Mas não foi fácil perceber se o público presente do Atlântico estava totalmente convencido, até porque a reacção ao longo da noite não foi tão efusiva como seria de esperar.
À excepção de alguns momentos-chave do alinhamento ("Welcome to the Jungle" logo no início, "Sweet Child O' Mine", "Knockin' On Heaven's Door", "November Rain" interpretada ao piano de cauda "customizado" que saía debaixo do estrado da bateria, "Patience" e o seu inconfundível assobio), poucos foram os momentos em que havia gente a rockar a sério, como se não houvesse amanhã.
Efeitos da longa espera? O mais certo é que estivessem boquiabertos, a digerir o gigantesco espectáculo de som e luz montado à sua frente. Com direito a dois ecrãs laterais, torres de leds, projecções, explosões, fogo, petardos e uma autêntica chuva de confetti no final apoteótico com "Paradise City", aquilo que os Guns apresentaram foi uma produção de estádio adaptada a um pavilhão - sem perder grande coisa no processo.
Com maior enfoque no disco "novo" do que aquando da última passagem da banda por cá (no Rock In Rio 2006), o alinhamento também incluiu algumas versões sacadas do baú ("Nice Boys" dos Rose Tattoo e "Whole Lotta Rosie" dos AC/DC), alguns dos clássicos do incontornável Appetite For Destruction e, com muita moderação, dos Use Your Illusion .
Com um Axl mais em forma a todos os níveis e, mesmo com diversos solos por parte do trio de guitarristas (quase sempre excertos de temas famosos do cinema), o concerto manteve a intensidade intacta do início ao fim mostrando uma dedicação considerável para um grupo desta dimensão.
Alinhamento do concerto dos Guns N' Roses no Pavilhão Atlântico, 6 de outubro de 2010 :
01. Chinese Democracy
02. Welcome to the Jungle
03. It's so Easy
04. Mr. Brownstone
05. Sorry
06. Shackler's Revenge
07. Richard Fortus Guitar Solo (James Bond Theme)
08. Live and Let Die
09. This I Love
10. Rocket Queen
11. Dizzy Reed Piano Solo (Ziggy Stardust)
12. Street of Dreams
13. You Could Be Mine
14. DJ Ashba Guitar Solo (The Ballad of Death)
15. Sweet Child O' Mine
16. Jam (Another Brick in the Wall Part II)
17. Axl Rose Piano Solo (Goodbye Yellow Brick Road / Someone Saved My Life Tonight)
18. November Rain
19. Bumblefoot Guitar Solo (Pink Panther Theme)
20. Better
21. Knockin' On Heaven's Door
22. Nice Boys
23. IRS
24. Nightrain
ENCORE
25. Bumblefoot Guitar Solo
26. Don't Cry
27. Madagascar
28. Whole Lotta Rosie
29. Jam (Waiting on a Friend)
30. Patience
31. Paradise City
Nobel da Literatura 2010
O início
Nascido em uma família de classe média, único filho de Ernesto Vargas Maldonado e Dora Llosa Ureta, seus pais separaram-se após cinco meses de casamento. Com isto o menino não conheceu o pai até os dez anos de idade. Sua primeira infância foi em Cochabamba, na Bolívia, mas no período do governo José Luis Bustamante y Rivero, seu avô obtém um importante cargo político no governo, em Piura, no norte do Peru, e sua mãe retorna ao Peru, para viver naquela cidade.
Em 1946 muda-se para Lima e então conhece seu pai. Os pais reconciliam-se e, durante sua adolescência, a família continuará vivendo ali.
Ao completar 14 anos, ingressa, por vontade paterna, no Colégio Militar Leôncio Prado, em La Perla, como aluno interno, ali permanecendo por dois anos. Essa experiência será o tema do seu primeiro livro - La ciudad y los perros ("A cidade e os cachorros", em tradução livre), publicado no Brasil como "Batismo de Fogo" e, posteriormente, como A cidade e os cachorros[1].
Em 1953 é admitido na tradicional Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, a mais antiga da América. Ali estudou Letras e Direito, contra a vontade de seu pai.
Aos 19 anos, casa-se com Julia Urquidi, cunhada de sua mãe, e passa a ter vários empregos para sobreviver: atua como redator mas também fichando livros e até mesmo revisando nomes em túmulos nos cemitérios.
Em 1958 recebe uma bolsa de estudos "Javier Prado" a vai para a Espanha, onde obtém doutorado em Filosofia e Letras, em 19, na Universidade Complutense de Madri. Após isso vai para a França, onde vive durante alguns anos. Em 1964 divorcia-se de Júlia e em 1965 casa-se com a prima Patrícia Llosa, com quem tem três filhos Álvaro, Gonzalo e Morgana.
Obra
Sua obra critica a hierarquia de castas sociais e raciais, vigente ainda hoje, segundo o escritor, no Peru e na América Latina. Seu principal tema é a luta pela liberdade individual na realidade opressiva do Peru. A princípio, assim como vários outros intelectuais de sua geração, Vargas Llosa sofreu a influência do existencialismo de Jean Paul Sartre.
Muitos dos seus escritos são autobiográficos, como "A cidade e os cachorros" (1963), "A Casa Verde" (1966) e "Tia Júlia e o Escrevinhador"(1977). Por A cidade e os cachorros recebeu o Prêmio Biblioteca Breve da Editora Seix [Barral e o Prêmio da Crítica de 1963. Sua obra seguinte, A Casa Verde mostra a influência de William Faulkner. O romance narra a vida das personagens em um bordel, cujo nome dá título ao livro. Seu terceiro romance, Conversa na Catedral publicado em 4 volumes e que o próprio Vargas Llosa caracterizou como obra completa, narra fases da sociedade peruana sob a ditadura de Odria em 1950.
Há um encontro na Catedral entre dois personagens: o filho de um ministro e um motorista particular. O romance caracteriza-se por uma sofisticada técnica narrativa, alternando a conversa dos dois e cenas do passado. Em 1981 publica A Guerra do Fim do Mundo, sobre a Guerra de Canudos, que dedica ao escritor brasileiro Euclides da Cunha, autor de Os Sertões.
Vida política
Em 1980 começa a ter maiores atividades políticas no país. Em 1983 a pedido do próprio presidente Fernando B. Terry preside comissão que investiga a morte de oito jornalistas. Em 1987 inicia o movimento político liberal contra a desestatização da economia, o que ia de encontro ao presidente Alan García. Em 1990 concorre à presidência do país com a Frente Demócrata (FREDEMO), partido de centro-direita, mas perde a eleição para Alberto Fujimori.
Após isso, retorna a Londres e reinicia suas atividades literárias. Em 2006, em sua mais recente visita ao país, apoia a candidatura de Lourdes Flores, tendo ganhado Alan García. Suas experiências como escritor e candidato presidencial estão expostas na autobiografia "Peixe na Água", publicada em 1991.
Bibliografia
Ficção
- Os Chefes (1959)
- A cidade e os cachorros ("La ciudad y los perros") (1963)
- A casa verde (1966) (Premio Rómulo Gallegos)
- Conversa na catedral (1969)
- Pantaleão e as visitadoras (1973)
- Tia Júlia e o escrevinhador (1977)
- A Guerra do Fim do Mundo (1981)
- Historia de Mayta (1984)
- Quem matou Palomino Molero? (1986)
- O falador (1987)
- Elogio da madrasta (1988)
- Lituma nos Andes (1993). Premio Planeta
- Os cadernos de Dom Rigoberto (1997)
- A festa do bode (2000) - novela sobre a ditadura do general da República Dominicana, Rafael Leónidas Trujillo
- O Paraíso na Outra Esquina (2003) - novela histórica sobre Paul Gauguin y Flora Tristán.
- Travessuras da Menina Má (2006)
Teatro
- A menina de Tacna (1981)
- Kathie e o hipopótamo (1983)
- La Chunga (1986)
- El loco de los balcones (1993)
- Olhos bonitos, quadros feios(1996)
Ensaio
- García Márquez: historia de un deicidio (1971)
- Historia secreta de una novela (1971)
- La orgía perpetua: Flaubert y «Madame Bovary» (1975)
- Contra viento y marea. Volúmen I (1962-1982) (1983)
- Contra viento y marea. Volumen II (1972-1983) (1986)
- La verdad de las mentiras: Ensayos sobre la novela moderna (1990)
- Contra viento y marea. Volumen III (1964-1988) (1990)
- Carta de batalla por Tirant lo Blanc (1991)
- Desafíos a la libertad (1994)
- La utopía arcaica. José María Arguedas y las ficciones del indigenismo (1996)
- Cartas a un novelista (1997)
- El lenguaje de la pasión (2001)
- La tentación de lo imposible (2004) - ensayo
Prêmios e condecorações
Ao longo de sua carreira, Mario Vargas Llosa recebeu inúmeros prêmios e condecorações. Destacamos alguns: o Premio Rómulo Gallegos (1967) e principalmente o Prémio Cervantes (1994). Outros prêmios, a saber, o Prêmio Nacional de Novela do Peru em 1967, por seu romance A Casa Verde, o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986) e o Prêmio da Paz de Autores da Alemanha, concedido na Feira do Livro de Frankfurt (1997). Em 1993 foi concedido o Prêmio Planeta por seu romance Lituma nos Andes. Uma grande relevância na sua carreira literária Prêmio Biblioteca Breve, que se deu por Batismo de Fogo, em 1963, marca o início de sua brilhante carreira literária internacional. É membro da Academia Peruana de Línguas desde 1977, e da Real Academia Española (RAE) desde 1994. Tem vários doutorados honoris causa por universidades da Europa, América e Ásia; pode-se citar os concedidos pelas universidades de Yale (1994), Universidade de Israel (1998), Harvard (1999), Universidade de Lima (2001), Oxford (2003), Universidade Europeia de Madrid (2005) e Sorbonne (2005). Foi condecorado pelo governo francês com Medalha de honra en 1985. Ganhou o prémio Nobel da literatura 2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
O nome das notas musicais
O nome das notas musicais tem a sua origem na música coral medieval. Foi Guido d'Arezzo, um monge italiano, que criou este sistema de nomear as notas musicais, o chamado sistema de Solmização. Estas foram retiradas das primeiras seis frases do texto de um hino a São João Baptista. As frases iniciais deste hino, escrito por Paolo Diacono, eram:
Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum,
Solve pollute,
Labii reatum.
Isto significa algo como: “Para que os teus servos possam cantar as maravilhas dos teus actos admiráveis, absolve as faltas dos teus lábios impuros.” Mais tarde UT foi substituído por Dó, sugestão feita por Giovanni Battista Doni, um músico italiano que achava a sílaba incómoda para o solfejo e foi adicionada a sílaba SI, como abreviação de Sante Iohannes (São João).
Antes de se fixar como apelido, Lima era aplicado inicialmente às pessoas provenientes da região do Lima (Limia em castelhano e galego), rio que nasce no Sul da Galiza (Espanha) e encontra a sua foz na costa do Minho (Norte de Portugal). Trata-se de um nome de origem pré-romana, cuja raiz se liga aos topónimos Lemos (Monforte de Lemos, na Galiza) e Lamego (Portugal).
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Modelos XL
A felicidade de umas era o desgosto de outras. Chegada aquela altura do ano, a apresentação das novas coleções, as espectadoras longilíneas sentadas na primeira fila sonhavam com as suas peças preferidas - enquanto as outras, em casa, perdiam o sorriso ao imaginar a impossibilidade física de caberem naqueles pedaços reduzidos de tecido com griffe. Até à passada sexta-feira 17, quando, na Semana da Moda de Nova Iorque, um desfile usou, na íntegra, manequins de tamanhos XL. O evento dava pelo nome de OneStopPlus.com show, e devolveu o sorriso a milhares de meninas que assistiam em casa através da televisão. É um facto. A maioria das mulheres do planeta não tem as mesmas medidas das manequins. Por isso, nada mais natural que, mais cedo ou mais tarde, surgisse roupa e modelos para a restante população feminina dita normal - que veste do número 36 para cima, e que também consome roupa. Foi assim que surgiram as modelos plus-size ("tamanho XL"), a provar que há mulheres bonitas com muitas curvas. Mesmo que vistam um 44, 46, 48...
A tendência das modelos plus-size tem maior visibilidade nos EUA, onde um segmento significativo da população é grande, do que na Europa. Um dos momentos decisivos deu-se em 2008, quando uma manequim de tamanho 42-44 ganhou o cobiçado "America's Next Top Model", o concurso apresentado por Tyra Banks. Whitney Thompson, uma bonita loura de olhos verdes e 1,78 m, provava haver mercado que justificasse a sua eleição como melhor manequim da grande nação americana. Na Europa, estilistas do calibre de Jean-Paul Gaultier e John Galliano já tinham usado modelos XL nos seus desfiles de primavera-verão em Paris, em 2006, e os britânicos William Tempest e Mark Fast seguiram-lhes as pisadas na Semana de Londres de Milão, em 2009. Mas os holofotes acenderam-se com outra intensidade este ano, quando a "Elle" francesa fez capa com a modelo Tara Lynn, uma manequim de tamanho 48, de macacão branco, num número especial dedicado às curvas. Choveram comentários positivos. Centenas de mulheres davam a entender - como leitoras, espectadoras e consumidoras - que ansiavam por também se verem representadas no mundo da moda.
Um mês antes, a "Vogue" italiana lançou uma nova secção online chamada "Vogue Curvy", dedicada às mulheres de curvas generosas. Em janeiro, a revista americana "V" tinha feito uma edição especial sobre manequins plus-size, e em setembro de 2009, a "Glamour" fez furor com a fotografia de uma manequim de tamanho 48, nua, com a barriga pendente. Era Lizzie Miller. O sucesso foi tal que na edição de novembro, a revista repetiu a fórmula com uma foto de grupo de seis modelos volumosas e integralmente nuas. Muita carne à vista de todos.
Questionar o conceito de beleza
Em maio deste ano, dois meses depois da capa da "Elle" com Tara Lynn, Penélope Cruz foi convidada para editar a "Vogue" francesa. E imaginem quem a atriz latina escolheu para capa? Crystal Renn, modelo de tamanho 44, presença habitual das passerelles de Jean-Paul Gaultier. O ensaio, provocador e sensual, e a capa, fizeram de novo correr tinta sobre o tema, levantando questões sobre o atual conceito de beleza e saúde no mundo da moda, e se este pode ou não ser alargado ao mundo real. Estilistas e colunistas dividiram-se, com gurus como Karl Lagerfeld a defender que a moda existe para gerar "sonho e ilusão" e não para retratar a realidade, tendo afirmado que "quem critica as manequins por serem demasiado magras são as mãezinhas gordas que se sentam com um pacote de batatas fritas em frente à televisão". Já o estilista norte-americano Michael Kors exprimia uma opinião distinta num fórum na Universidade de Harvard sobre estas questões: "A indústria da moda está a voltar a dirigir-se às mulheres reais. O ênfase desviou-se para mulheres que são mulheres e não miúdas."
Um dos fatores decisivos, para lá do ideal estético, será muito provavelmente o mercado. A percentagem de população obesa e com excesso de peso continua a crescer (segundo a Organização Mundial de Saúde serão 1,5 mil milhões de obesos em 2015, no mundo). E já há, nos EUA, agências exclusivas de modelos grandes (www.plusmodels.com), cujo slogan afiança que a beleza não tem de vir apenas em tamanho 36. Em Portugal, asseguram-nos que a tendência passou quase despercebida em termos de procura nas agências de modelos. Mas na vizinha Espanha, existe uma série de agências com manequins XL. A Francina Models é uma das que tem uma secção específica de manequins grandes, com 19 modelos de formas generosas, que representam 5% do volume de negócios. Marcas como a Adolfo Dominguez, Mango, Pronovias ou a Venca são algumas das que têm linhas XL e procuram modelos com tamanhos a condizer. Para Mercedes Fernandez, promotora da Francina, esta tendência "veio para durar, pois há muitas mulheres a vestir acima do 38. Algumas sentem-se escravizadas pela pressão de estar em forma. É normal que haja marcas com tamanhos grandes. Mas, sobretudo", diz ela, "o mundo está cheio de pessoas de todos os tipos, géneros e tamanhos, e ninguém tem o direito de dizer que 'mais magro é mais bonito'. Ser bonito é ser saudável, ter um ar saudável e agir de forma saudável", considera. Por outras palavras, diz o mesmo Velvet d'Amour, ex-manequim plus-plus-size (veste o 48) que desfilou para Gaultier e Galliano: "Aprendi que uma das componentes mais importantes para parecer bonita é sentir-me bonita. Isso faz transparecer uma sensação de autoconfiança, o que conta em qualquer meio." Se isto não serve de incentivo...
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
Querido troquei de casa
Querido, troquei de casa
As companhias aéreas low cost têm vindo a facilitar os nossos planos de viagem ao estrangeiro. Ainda assim, continua a ser complicado encontrar soluções económicas de alojamento. É certo que já existem opções como o couchsurfing ou os hostels, mas nenhuma delas garante a privacidade do viajante. Por isso, a rede de intercâmbio de casas Swap My City Pad parece ser uma alternativa viável, que garante estadia em qualquer parte do mundo a custo zero, desde que o viajante a troque... pela sua própria casa.
Imagine-se neste cenário: num fim-de-semana, em vez de dar uma escapadela até à vila mais próxima, porque não visitar uma capital europeia ou, com um dia ou outro extra, um país mais exótico, sem ter que se preocupar em reservar hotéis e podendo ficar no conforto de uma casa, tal e qual como a sua?
É tão simples quanto isto: ao registar-se no site, deve indicar as suas preferências de destino e registar a sua propriedade, seja ela uma moradia ou um apartamento, informando acerca do número de quartos disponíveis. Este registo inicial é gratuito, mas para poder comunicar com os restantes membros da rede e efectuar a troca de casa para as suas férias, é necessário aderir a uma de duas modalidades, cujo pagamento tem um valor inferior a 50 euros por ano.
Com esta subscrição, qualquer um é livre de trocar de casa quantas vezes quiser num ano. No caso de não haver qualquer troca registada nesse período, o segundo ano de subscrição é gratuito.
A questão da segurança é obviamente aquela que mais preocupações levanta. No entanto, além dos comprovativos de viagem que devem ser enviados de cada parte, apenas se encoraja a participação de indivíduos que possuam algum seguro imobiliário que possa cobrir eventuais danos, sendo que a seguradora deve ser informada da troca de casa de antemão.
Mas o Swap My City Pad não é apenas uma rede social que permite realizar viagens a um preço de sonho; precisamente por oferecer a oportunidade de ficar instalado numa zona residencial comum, o objectivo deste projecto é também estimular o comércio local, ao invés de privilegiar os estabelecimentos normalmente destacados nos guias de turismo. Por isso, os utilizadores desta rede podem partilhar os cantinhos mais preciosos da sua cidade, que poucos outros conhecem, como cafés com produtos orgânicos e biológicos, livrarias de antiguidades e serviços de babysitting.