sábado, 23 de abril de 2011

Os ovos de Páscoa de Peter Carl Fabergé

Os ovos de Páscoa de Peter Carl Fabergé são os mais caros do mundo e considerados até hoje verdadeiras obras-primas da joalharia. Um requinte que lhe valeu a preferência dos czares da Rússia.

pascoa ovos faberge czar russia joia joalharia

A receita para se fazer um ovo de Páscoa como o conhecemos hoje é simples: mistura-se açúcar, cacau e leite com alguns outros ingredientes e temos um presente irresistível que normalmente dura menos de uma semana, para os chocólatras como eu.

Já a receita dos ovos de Páscoa criados pelo joalheiro Peter Carl Fabergé é um tanto mais cara. Em seu ateliê, ele criava ovos com ingredientes como pedras preciosas, metais e esmaltes.

O primeiro ovo Fabergé foi criado em 1885 sob encomenda do czar Alexandre III, que queria presentear com algo especial sua esposa, Maria Feodorovna, por ocasião da Páscoa. O joalheiro criou então um ovo em ouro esmaltado que aparentemente não tinha nada de extraordinário. Mas ao ser aberto descobria-se em seu interior uma gema de ouro que dentro tinha uma galinha com olhos de rubi, que por sua vez continha uma réplica em diamante da coroa imperial.

Ao receber o presente, a imperatriz ficou encantada e assim o czar nomeou Fabergé o joalheiro oficial da corte. Os ovos se tornaram uma tradição da família imperial russa. Todo ano Carl criava uma nova peça e a única condição imposta por Alexandre ao artista era a de que cada ovo devia ser único e conter uma surpresa dentro.

pascoa ovos faberge czar russia joia joalharia

A tradição permaneceu após a morte de Alexandre III e foi continuada por seu sucessor, Nicolau II, só encontrando seu fim com a queda do império, em 1917. Com a posse do novo czar, Fabergé passou a produzir dois ovos por ano - um para a nova czarina, Alexandra Feodorovna, e outro para a viúva de Alexandre.

Os ovos tinham motivos temáticos sempre ligados ao cotidiano da família imperial e a momentos históricos da Rússia como, por exemplo, a inauguração da estrada Transiberiana. Depois da primeira exposição em que os ovos foram mostrados ao mundo, em 1900, o joalheiro viu seu prestigio atingir o auge. Abriu novos ateliês fora da Rússia e passou a ser procurado por clientes particulares interessados em adquirir ovos e jóias imponentes.

pascoa ovos faberge czar russia joia joalharia

A joalheria de Fabergé alcançava seu ápice, mas em contrapartida o império russo declinava. A crescente crise da corte czarista afetou a obra de Carl, que começou a optar por materiais semipreciosos na confecção de suas peças. Nesse contexto, os ovos criados pelo joalheiro ficaram para sempre ligados à imagem da decadência do regime czarista, um paradoxo entre a pobreza que assolava o país e a opulência de um Império falido.

Devido ao conturbado momento histórico, Fabergé decidiu em 1916 fechar sua joalheria. Os ovos, que faziam parte das jóias imperiais foram em parte saqueados e outros confiscados pelo novo governo. Sendo visto como um símbolo da luxúria que dominava o antigo governo, o joalheiro teve que buscar exílio na Suíça, onde viveu até a sua morte em 1920.

Décadas depois da revolução, os ovos passaram a ser muito valorizados, tanto pela beleza inigualável como pela mística que se criou em torno da má sorte da família imperial. Colecionadores de todo o planeta disputavam as peças em leilões que acabavam sempre em arremates por valores extremos.

O mais caro deles, vendido por 12,5 milhões, foi leiloado em 2007. E apesar do preço, não era um dos ovos produzidos para os czares, mas um ovo feito para um cliente particular do joalheiro. Estima-se que Fabergé tenha produzido 56 ovos imperiais, mas destes apenas 44 foram localizados.

pascoa ovos faberge czar russia joia joalharia

pascoa ovos faberge czar russia joia joalharia

pascoa ovos faberge czar russia joia joalharia

Sem comentários:

Enviar um comentário