sábado, 29 de maio de 2010

Laura Zindele os insectos na ceramica.

A cerâmica requintada da americana Laura Zindel parece ser uma curiosa oposição ao terror generalizado de insectos, répteis e rastejantes diversos. O design fica ao cuidado de Laura e de seu marido, Thorsten Zindel Lauterbach, vivendo o casal numa antiquíssima casa de quinta, no estado de Vermont, agora quase transformada num ateliê.
Os trabalhos são inspirados na Natureza e nos “Cabinets of Curiosity” vitorianos, marcas da arte de coleccionar todo o tipo de relíquias, da etnografia e arqueologia, passando pela geologia e restante história natural, muitas vezes em dissecações dignas de museu.
À primeira vista não seria muito convidativo fazer refeições em pratos onde surgem tarântulas, abelhas, libélulas, cobras, plantas, pássaros e até ovos, mas a simplicidade, a beleza singular e a riqueza de detalhes das ilustrações sobre a porcelana branca é tal que esta ganha vida.
Os desenhos a preto e branco são feitos à mão com lápis e impressos na peça em esmalte, a qual é depois cozida para fixar as imagens, numa versão moderna de um processo denominado ‘transferware’, aplicado pela primeira vez no séc. XVIII. O que era antes um processo laborioso e dispendioso, foi facilitado por esta técnica que
produz linhas finas similares às gravuras de livros antigos.
As peças de Laura, que pedem emprestados designs naturais, formam uma gama de objectos de cozinha, pratos, taças, copos e afins, bem como elementos decorativos, tais como jarras e vasos. Todos os anteriores são feitos com materiais não tóxicos, seguros para os alimentos, e exigem alguns cuidados especiais de utilização e lavagem para uma maior durabilidade. Quanto aos preços, vão de algumas dezenas até várias centenas de dólares, sendo que a peça mais cara ronda os 500USD.
O amor da artista pela ilustração e pela Natureza associa-se ao gosto pela simetria, numa complexidade refinada que origina belíssimos padrões ornamentais.
O casal Zindel espera que o seu trabalho de precisão científica e imaginário vitoriano provoque um repensar dos materiais e da temática usada, desejando também que as suas peças cativantes passem de geração em geração, tornando-se elementos icónicos no seio familiar.







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