segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Palácio da Pena

Palácio da Pena: um castelo de príncipes e princesas

 

O palácio da Pena é um dos ex-líbris da região de Lisboa. Situado no cimo da serra de Sintra, foi mandado construir pelo Rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo Gotha. Em 1839, as ruínas de um antigo convento e a zona envolvente maravilharam o monarca, que aí mandou construir a sua residência de Verão. Inspirado na arquitectura de outros castelos europeus, e com uma decoração exótica e extremamente detalhista, o Palácio Nacional da Pena é o mais completo exemplar do Romantismo português.

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Palácio da Pena, entrada principal.

Em 2007 foi eleito uma das 7 maravilhas de Portugal. No entanto, o Palácio Nacional da Pena há muito encanta quem o visita. Seja pela imponente arquitectura, pela exótica decoração, que mistura vários estilos, ou pelo parque que o rodeia, este edifício constitui uma das mais belas construções da região de Lisboa. A 4,5km do centro histórico de Sintra, foi projectado pelo arquitecto Barão de Eschwege e decorado pelo próprio Rei D. Fernando II.

De convento em ruínas a palácio

Em 1839, o monarca visitou as ruínas de um antigo convento que tinha sido destruído por um raio e pelo (grande) terramoto de 1755. Mandado construir por D. Manuel I, o Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena encantou D. Fernando II, que então o adquiriu e transformou na sua residência de Verão.

Para dirigir a restauração do edifício, contrata o Barão de Eschwege, um arquitecto alemão que trabalhava em Portugal como engenheiro de minas. O projecto do palácio era inspirado noutras construções europeias, nomeadamente nos castelos da Baviera. Mas, ao nível da decoração e dos detalhes, foi o gosto do monarca que o “revestiu”. Deve-se à sua personalidade eclética e romântica a mistura de arcos, torres medievais, traços de inspiração gótica e árabe que o caracterizam.

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Palácio da Pena, entrada principal.

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Palácio da Pena.

Após a morte e D. Fernando, o palácio ficou entregue à sua segunda mulher, Elisa Hendler (Condessa de Edla). Na época, este facto causou grande polémica, dado que publicamente o palácio era já considerado um monumento. Elisa Hendler acabou por aceitar um acordo com o Estado português – que lhe ofereceu uma proposta de compra – e reservou para si apenas os aposentos do “Chalet da Condessa”. O Palácio da Pena passou a partir daí a ser Património Nacional.

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Palácio da Pena, Tritão.

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Palácio da Pena, Tritão.

Um castelo de fantasia e exotismo

A construção deste palácio foi idealizada para o Parque da Pena, uma vasta área verde salpicada de enormes rochedos que o rodeia. São mais de 85 hectares de jardins, lagos, pontes e pequenas estufas e viveiros com diversas flores e árvores vindas de todo o mundo. Do interior, é possível ver-se uma das obras de arte: uma escultura de um guerreiro.

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O palácio está dividido em quatro áreas: as muralhas que o cercam, com duas portas; o antigo convento restaurado juntamente com a torre do relógio, no topo da colina; o pátio com a sua parede de arcos; e a zona palaciana, caracterizada pelo seu interior em estilo cathédrale, com mobiliário e decorações típicas da época.

Do antigo convento foram conservados os claustros, a capela e alguns anexos que serviram de base para a reconstrução. A sua adaptação, realizada com uma junção de vários estilos e influências góticas, mouriscas, neo-manuelinas e árabes, resultou num ambiente de um autêntico cenário “das mil e uma noites”, nas palavras de Richard Strauss: “Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, a Sicília, a Grécia e o Egipto e nunca vi nada que valha a Pena. É a coisa mais bela que tenho visto. Este é o verdadeiro jardim de Klingsor – e, lá no alto, está o castelo do Santo Graal”.

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A fachada principal e a capela foram revestidas de azulejos. Todas as torres (exceptuando a do relógio) receberam cúpulas, baseadas essencialmente em obras como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos ou o Convento de Cristo. Os aposentos do palácio foram também decorados com azulejos, para além de inúmeras pinturas murais em trompe-l’oeil e peças únicas de colecção, espalhadas pelas várias salas existentes.

O “Chalet da Condessa”, mandando construir como zona de lazer para o rei-consorte e a sua mulher, está parcialmente destruído. Tendo sido inspirado nos chalés dos Alpes, estava rodeado por um jardim e o seu revestimento exterior simulava madeira (algo comum em finais do século XIX). O processo de recuperação começou em 2007 pela empresa Parques de Sintra – Monte da Lua e a primeira fase de trabalhos terminou há poucos meses.

Desde a implantação da República, em 1910, o Palácio da Pena tornou-se museu e passou a ser chamado Palácio Nacional da Pena. Digno de um conto de príncipes e princesas, representa o mais belo exemplar da arquitectura romântica portuguesa.

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Palácio da Pena, minarete.

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