segunda-feira, 22 de março de 2010


Homens de Pedra (Josias Souza)

Estranho mundo deste ser feito do chão
Caminhando no asfalto, viajando nos foguetes
Atravessando o sideral espaço,
Enfrentando a imensidão.

Homem de pó, a quem o poder divino deu direito,
Brilha mais que ouro puro e refinado.
Por todas suas conquistas e seus feitos,
Acima da bestas e feras está seu reinado.

Sua ciência elimina as barreiras da atmosfera.
Mas que pena, depois de tudo isto a realidade
Sozinho e com medo se encontra frente à maldade,
Triste e amargurado a vaguear pela terra.

Prá que tanto orgulho entre próprios irmãos
Feitos por Deus para sua glória eterna,
Se ao partir deste mundo para o além
O corpo será submerso, engolido pela terra.

Espero que a pobre criatura se acorde
Prá viver na harmonia que do céu emana
E que o amor seja constante e forte
E o coração tão pequeno seja mais humano.

Pedras no Caminho (Josias Souza)

No caminho estão as pedras.
Do caminho são as pedras.

Elas podem servir de defesa,
Também como ataque podemos usá-las.
Podem dificultar nossos passos.
Mas se forem bem dispostas no chão,
Servirão de tapetes aos pés.

Não têm vida nem sentimentos,
São apenas instrumentos
Do bem ou do mal. Machucam-nos, se nos atiram,
E feridos que faremos?
Podem, porém ser alicerces
Para o mundo que construiremos,
Ou para calçar a estrada em que passaremos.

São tantas as pedras!
Se desistirmos, entre elas vamos morrer, e.
Se continuarmos vamos vencer?

Quando temos alegria, nem notamos,
Por cima delas passamos, as pedras!
Quando nos sentimos sós, a prova aumenta nossa dor,
Parece a testar nosso ardor.
Inertes, imóveis, gélidas,
Nos provocam a fé ou desespero.
Mas elas continuam mesmo assim no caminho.

No caminho estão as pedras.
Do caminho, são as pedras.

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