quarta-feira, 2 de junho de 2010

William-Adolphe Bouguereau


A História é quase sempre escrita pelos vencedores; de fora ficam fatalmente os vencidos, condenados ao esquecimento. É pena, porque a História, para ser rigorosa, deve ser vista como um mosaico de acontecimentos e personagens tantas vezes contraditórios... Na Arte isto também é verdade e as obras, os artistas e os movimentos que se tornaram relevantes para a evolução artística ofuscam os demais.

No final do século XIX o Impressionismo revolucionou a pintura e abriu as portas ao Modernismo. Fê-lo em ruptura com a pintura tradicional, presa a receitas académicas perpetuadas desde o Renascimento. A Historiografia da Arte enfatizou a importância dos pintores impressionistas e esqueceu todos os outros.

Foi o caso de William-Adolphe Bouguereau, contemporâneo de Monet, Renoir e Degas, injustamente esquecido logo no início do século XX. No seu tempo, porém, Bouguereau era referido como sendo um dos melhores pintores de França inclusivamente pelos seus colegas impressionistas. Fosse esta referência irónica ou não o facto é que dá conta da projecção do pintor no contexto da época.

Bouguereau foi um artista assumidamente realista com formação académica na École de Beaux-Arts de Paris e manteve ao longo da sua vida sempre o mesmo modo de pintar. Como todo o bom estudante da Academia ganhou o conceituado Prix de Rome em 1850, reservado aos melhores entre os melhores. O seu estilo minucioso quase fotográfico valeu-lhe o reconhecimento oficial e a presença constante no Salon de Paris, local de exposição privilegiado da Academia.

Dedicou-se quase exclusivamente aos temas mitológicos e aos retratos de mulheres e crianças, estes, quanto a mim, os seus melhores trabalhos. Recentemente, Bouguereau tem sido resgatado ao esquecimento a que foi votado ao longo de quase todo o século passado...







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