quarta-feira, 27 de abril de 2011

Voz e Aroma

A brisa vaga no prado,

Perfume nem voz não tem;

Quem canta é o ramo agitado,

O aroma é da flor que vem.

A mim, tornem-me essas flores

Que uma a uma vi murchar,

Restituam-me os verdores

Aos ramos que eu vi secar...

E em torrentes de harmonia

Minha alma se exalará,

Esta alma que muda e fria

Nem sabe se existe já

Almeida Garrett

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